terça-feira, 5 de abril de 2011

A relatividade, o humor e a cegueira


Dizem que os cegos não gostam que se lhes toquem, sem avisar primeiro. Mesmo para os ajudar a atravessar uma rua, para os encaminhar, ou para os proteger de algum degrau traiçoeiro. Convém preveni-los, primeiro, com uma palavra mansa, antes de lhes tocarmos o braço. A concentração da emoção apenas em 4 sentidos, deve sobrecarregá-los excessivamente. Mas têm sentido de humor: já vi cegos a rir, suavemente. O humor é uma qualidade que, na minha opinião, reside na inteligência. Curiosamente, não há humor, tanto quanto me lembro, nos Livros Sagrados. Sejam eles do Oriente ou do Ocidente - tirem-se as conclusões apropriadas.

Há uma história interessante, contada por Albert Camus (creio que nos Cahiers), de 2 cegos vindos, no mesmo passeio, mas de sentidos contrários, que chocam um com o outro. Silêncio, por momentos. Apercebem-se que são ambos cegos e que não há mais ninguém na rua. E desatam a rir às gargalhadas...

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