quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O humor, segundo Daninos


A leitura recente, que tenho feito, de um livro de Pierre Daninos (1913-2005), Le Tour du Monde du Rire (Hachette, 1956), que é uma espécie de antologia abordando o tipo de humor de vários países, feita por diversos autores, tem-me feito reflectir sobre o riso e o sorriso. É um tema que sempre me interessou, desde que li o livro de Henri Bergson, sobre o assunto.
Sei, por conhecimento próprio que, um dos tipos de humor que mais aprecio, é o britânico. Com a sua carga de "non-sense", o seu lado negro, por vezes, cruel. Neste livro que ando a ler, André Maurois (bom conhecedor da cultura inglesa) cita uma história sintomática e típica do humor britânico: um cidadão londrino, perante uma forte tempestade no Canal da Mancha, que interrompe as comunicações marítimas, diz apenas: " o continente europeu está isolado!"
Mas também é um facto que, cada país, escolhe um bode expiatório de estimação para a troça que faz, rindo dele. O inglês privilegia o escocês, sobretudo, com temas sobre a avareza. O belga escolhe a Holanda. Portugal opta, algumas vezes, pela Espanha, quando se esquece dos alentejanos. O Brasil troça, normalmente, do português emigrante (nós, ainda não começamos a retribuir...). Parece que a França goza, às vezes, com a lentidão dos suiços. Os alemães centram algumas das suas melhores anedotas sobre os polacos. E assim por diante...

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