domingo, 9 de janeiro de 2011

Limiar do Ano, pessoal, intransmissível


Os primeiros dias abrem, quase sempre, novas perspectivas, feito o balanço do ano anterior. Os novos amigos que vieram - e, na velhice, são raros, sobretudo quando mais novos -, os antigos amigos recuperados, aqueles que perdemos para sempre; e aquilo que realizamos de duradouro. Onde e como, estamos agora. E o que podemos fazer, a seguir. 2011 será, provavelmente, um ano cheio de reencontros, que ficaram robustecidos e consolidados no ano que passou. Um reencontro, que era dado como impossível, tornou-se, inesperadamente, real, em Maio passado. E Junho, aliás, foi um mês de ressurreições felizes. Gratíssimas, e uma, de sangue. Com a obrigação responsável, difícil de reestudar os passos, o ritmo e o caminho.
Astrologicamente, é absolutamente natural. Tudo o que foi importante, na minha vida, ocorreu maioritariamente, por volta ou pouco depois do meu aniversário - não vem nos livros de Astrologia, é da minha experiência pessoal e concreta.
Mas 2011 traz-me também preocupação. Antes de mais, Portugal, na sua identidade própria e independente, ameaçado. O degelo antecipado, num país distante, que ameaça um casal que estimo. Nem sempre a neve traz consigo a alegria, sobretudo, quando regressa à origem: voltar a ser água, principalmente, quando antes do que seria previsível.
Diria que o tempo climático, nestes últimos dois anos, voltou à regra da minha infância nortenha. Nuvens escuras, chuva intensa no Inverno, muito raramente, neve. Os verões regressaram também ao que tinham sido, habitualmente. Equilibrados no calor.
Creio que vi neve, pela primeira vez, quando tinha 6 ou 7 anos. Foi um deslumbramento, como só pode acontecer na infância. Com a pureza inteira da descoberta, com a alegria intensa de que só os verdes anos são capazes. Assim me lembro da primeira neve.

Sem comentários:

Enviar um comentário