...um pequeno excerto, das palavras de Eça de Queiroz:
"...Portugal, não tendo principios, ou não tendo fé nos seus principios, não pode propriamente ter costumes.
Fomos outr'ora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taberna. Comprehendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: e fizemos muitas revoluções para sahir d'ella. Ficamos exactamente em condições identicas. O caldo da portaria não acabou. Não é já como outr'ora uma multidão pittoresca de mendigos, beatos, ciganos, ladrões, caceteiros, que o vae buscar alegremente, ao meio dia, cantando o Bemdito; é uma classe inteira que vive d'elle, de chapéu alto e paletot. ..."
Eça de Queiroz, in Uma Campanha Alegre (pg. 31), Aillaud & Lellos, 1933.
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