A aragem, que vem da janela aberta, ao que parece, traz saudades da estação antiga - ainda é fresca. E o azul alto ainda não é firme e decisivo, embora também não seja aquele anil anémico que os dias de Novembro, quando límpidos, sabem trazer consigo num último esforço de beleza ténue.
Nem os morangos, apesar de grandes e bonitos, pelo sabor me não lembrem os que a minha Tia Ermelinda me mandava, numa cesta, em finais de Maio, pelos anos. Tão pequeninos eles eram!... E que saborosos, entre terra e céu, divinos. Será que ainda se criam, nesse grande quintal vimarenense, da antiga rua dos Palheiros?
O desejo humano ultrapassa, por impaciência, aquilo que a Natureza pode e quer dar, muitas vezes. Mas ela nunca transige, nem abdica do seu tempo próprio, no florir.
Pois este ano ainda vamos ter muita chuva, os morangos - que já os há! - não sabem a nada e as cerejas estão atrasadas.
ResponderEliminarLamento estragar a poesia das suas recordações, mas é assim mesmo. :-)
Não estraga, não, que sei esperar pelo sabor do tempo certo. Embora vá provando o que vai surgindo.
EliminarMas as favas anteciparam-se (são habitualmente de Maio)e já estão no ponto, como vai ver...
Com estas mudanças até há árvores a florir duas vezes por ano.
ResponderEliminarO Algarve tem algumas prerrogativas...
EliminarE, depois, há os jacarandás, mas por memória biológica, que é curiosíssima.
Comprei ontem uns morangos muito bons. Grandinhos e doces. Já comprei outras vezes, mas não eram tão bons.
ResponderEliminarParece que a Primavera finalmente chegou!!
Boa noite:)
Já os provei por três vezes. Os primeiros, do Algarve, os segundos , portugueses, mas não localizados, e hoje, de Beja.
EliminarAinda estavam sem grade sabor...