Julgo que qualquer pessoa é capaz, ao vê-los evoluir, de distinguir a diferença entre um mau dançador e um bom bailarino. Leveza, elegância, entre outros aspectos, os separam. Mas também o ritmo.
Muitos de nós terão assistido a desgarradas. E admirado a capacidade e rapidez de resposta apropriada que os cantadores evidenciam, com maior ou menor imaginação. São os repentistas.
Na arte da poesia, também os há. O encadeamento dos versos e a justa medida saem-lhes naturalmente e com enorme facilidade. Estou-me a lembrar de António Botto ou de Pedro Homem de Melo. Os seus versos abrem-se escandidos e certos, na perfeição. Outro tanto não acontece, quase nunca, com os poemas de Jorge de Sena. Ou, se quisermos ir mais atrás, com a "frauta ruda" de Sá de Miranda. De forma não aprofundada, eu diria que há um ritmo natural e um ritmo trabalhado.
Como se, num caso, o bater do coração conduzisse à medida certa, e, na outra circunstância, houvesse uma original arritmia que só pela razão pudesse vir a ser corrigida, depois, nos versos.
E que lhe parece a poesia de João de Deus?
ResponderEliminarBom dia!
Repentista, também..:-)
EliminarDavífen creio que fará o meio termo.
Bom dia!