sábado, 9 de abril de 2016

As virtudes da Província


Ora eu que nem sabia da saída, quase um ano depois, deste voluminho precioso de cartas de Eugénio de Andrade para Jorge de Sena!... Foi preciso ir ao Fundão, entrar no posto de Turismo da cidade, para HMJ dar por ele e mo apontar. Fiquei pasmado, como é que os jornais literários, as revistas da especialidade e quejandos o ignoraram, sem dele dar notícia, ostensivamente. Será que não era importante, no meio de tanta ninharia que é editada e recenseada?
Culpo também as Câmaras de Gondomar, Fundão e Santo Tirso, que em parceria publicaram o livrinho, em 2015, de não lhe darem a divulgação que merecia. Só por isso valeria a pena termos ido à Cova da Beira. A província tem destas virtudes escondidas, que é preciso descobrir, fora dos holofotes parolos das grandes urbes e das montras exibicionistas das correntes dominantes. Organizado por António Oliveira, com o precioso contributo de Dario Gonçalves, o livro foi-me de extremo proveito e grande prazer de leitura.

14 comentários:

  1. Com mil raios. Estávamos nós, os provincianos, descansados nas nossas leituras anónimas, pensando que aos citadinos bastava terem um ministro da cultura para se sentirem bem, eis que eles vêm vasculhar os nossos prazeres!

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    1. Realmente, não há nada como criar um cordão sanitário para perservar estas preciosidades e sossego rural. Mas há sempre um abelhudo curioso que se intromete, normalmente, vindo da lusa capital...

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  2. Na verdade há autarcas que não merecem ser eleitos

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    1. Eu atribuiria a incúria aos vereadores da cultura...

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  3. Então andaram aqui para as minhas bandas?...Estiveram em Castelo Branco?...

    Não tenho dúvidas que há bons livros, editados pelas Câmaras da província, que escapam completamente ao resto do país.
    Ao contrário do Mar Arável, eu diria que há autarcas que merecem ser eleitos!

    Boa noite:)

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    1. Andamos realmente por perto, mas não fomos a Castelo Branco. E tivemos sorte com o tempo que fez.
      No meio, estará a vitude, porque um pequeno esforço bastaria para que este Livro tivesse a difusão que muito e bem merece.
      Eu fiz a minha parte (modesta), agora.

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  4. Se o problema fossem os autarcas. Esse livro, por exemplo, foi divulgado (até eu sabia dele, talvez por ter, profissionalmente, contactos com autarquias, entre as quais umas das responsáveis), mas não passou o filtro da muito seletiva imprensa lisboeta. E, infelizmente, os intelectuais do nosso país, pouco passam dos suplementos literários dos jornais do Rossio, pelo que andam eternamente convencidos que o que não se passa ali à volta, simplesmente não se passa. Desculpem o desabafo, mas esse "pequeno" esforço é equivalente a dizer que eu devo contribuir para o "Sequeira" - um lisboeta, depois, vai vê-lo de graça; a mim custará cem euros visitar o tal Museu Nacional.

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    1. Eu vou centrar a questão em Eugénio de Andrade, que tive o gosto de conhecer e, literariamente, muito estimo. Por pontos:
      1. É um poeta maior do séc. XX, mas não teve família...
      2. A defunta Fundação homónima foi um caso escandaloso (portuense, primeiro, e nacional [não foi do Rossio]) de que alguns se aproveitaram, pessoalmente...
      3. Tendo 3 autarquias publicado o livro, não consigo compreender que não tenham divulgado, minimamente, a obra.
      4. Terei de concluir que o Eugénio não é consensual nas bem-pensâncias, e ainda deve causar engulhos a muita gente.
      5. A oferta do livro ao JL provocaria certamente, no mínimo, uma destacada notícia. Terão enviado algum exemplar a Fernando Guimarães que é portuense, crítico de poesia, e foi seu amigo? Ou a Echevarría? Se calhar, nem se lembraram...

      Mas para mim esta omissão sobre um livro importante, parece-me um mistério de contornos algo tenebrosos - que me chocou imenso.

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    2. Já vi que sobre estas coisas não nos entendemos completamente. Haja paz! (O livro está à venda em livrarias como a Bertrand e a Leitura. E sobre a cultura na província, tem hoje matéria abundante no Público. Também eles andaram pelo Minho e pelas Beiras)

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    3. Já agora, a imprensa do Rossio é a forma como o Jornal de Angola se refere à comunicação social portuguesa. Eu nunca lhe chamo assim, porque respeito os muitos Rossio que há na Província. Bom domingo!

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    4. A paz seja connosco (apesar das divergências)!..:-)
      Irei ler, até porque hoje volto à província (Centro).
      Um bom Domingo!

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  5. A Associação Nacional de Municípios é que devia arranjar uma livraria on-line onde colocar todas estas edições que desconhecemos ou que quando conhecemos não as conseguimos adquirir.

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  6. Sabemos que não é fácil uma pequena editora colocar as suas publicações nas livrarias. E quando o conseguem estão lá oito dias, depois são devolvidas.

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