domingo, 3 de abril de 2016

Osmose 61


Abril é sempre um tempo duvidoso. Mas neste pequeno país, há sempre diferenças que se notam.
Não me recordo de Sol a Norte, nesse casulo cinzento em que a meninice se fechava, e que ia de Novembro a meados de Março. E, de Maio, ainda me estão presentes as contínuas trovoadas. Como a luz eléctrica, quase sempre acesa, mas a piscar, no interior dos quartos, salas e corredores.
Daí ter aceite como bálsamo raro, a luz de Lisboa, mesmo de alguns Invernos mais pluviosos e sombrios, em que até o basalto me parecia mais claro, fazendo-me esquecer, sem saudade visível, o tripartido granito, escorrendo água, continuamente, de casa para casa, igreja a igreja, coroadas por nesgas raras, onde o azul mal ameaçava a breve alegria no olhar.
As aguarelas de infância serão, porventura, traiçoeiras e inexactas na memória, mas não deixam de ser um estado de espírito, recomposto pela vida.

2 comentários:

  1. Em Lisboa, parece-me que há hoje menos dias escuros, mesmo escuros, do que quando eu era miúda.
    Bom domingo!

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    1. Cá por Guimarães - onde estou - continua cizento, na mesma. Pelo menos, hoje...
      Boa tarde!

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