Pouco, ou quase nada se passa nestas terras interiores. O andar é comedido, o falar, tranquilo, pelas ruas parece nunca haver pressa de chegar, para que o tempo não sobre em demasia. Por aqui andaram o arquitecto Raúl C. Ramalho (1914-2002) e o poeta Eugénio de Andrade (1923-2005), nas suas juventudes inquietas; e deixaram obra: um, em pedra, outro, em palavras que ainda se podem ler. Mas a, hoje, cidade seria, na altura, estreita para os seus sonhos desmedidos. Talvez por isso, o primeiro rumou a Sul e o segundo, a Norte, para horizontes mais largos e propícios.
À entrada, fomos recebidos pelas cerejeiras já floridas. Nupcialmente - como diria o Eugénio. No horizonte e nos píncaros mais altos, a pedra recobria-se, nas covas, de puríssima neve residual e esparsa - predominava a brancura. Mas no edifício, projectado por Raúl Ramalho, era o cinzento granítico que pontificava, por contraste. Que me pareceu a ameaça de um destino exíguo e futuro, para sempre. Salvem-se as cerejeiras primaveris na sua ânsia eterna de florir.
Estou a ver que a moderna rede de autoestradas têm algumas vantagens. Relaxe no Portugal real, o que ainda vale a pena!
ResponderEliminarTem.
ResponderEliminarÉ verdade: rapidez e conforto. Têm aliás muito pouco tráfego, por estes lados interiores.
EliminarAmanhã estarei em Viseu, ontem fui a Guimarães, em fevereiro passei aí na Cova da Beira e percorri parte do Vale do Zêzere, e a Chaves vou praticamente de duas em duas semanas. Que bom que isso tudo é. Fique mais um dia, que esta noite vai nevar.
ResponderEliminarHá um "leit-motiv" primordial, nesta vadiagem maravilhosa, que são os "Compromisso...da Misericórdia", impressos há 500 anos. Na próxima semana, há o Centro, para pesquisar e, depois, o Sul de Porugal. Não pudemos esperar pela neve, mas, em compensação, temos sido muito bem acolhidos, e temos comido e bebido, principescamente..:-) Não esquecerei tão cedo um Jaen/ Trincadeira, com 14º, que bebi no Fundão.
EliminarLinda foto.
ResponderEliminarBoa viagem! E boas descobertas, HMJ.
As descobertas têm sido comedidas, mas justificaram a viagem para Norte. E as cerejeiras nupciais de brancura afogam qualquer local onde "eu gostaria de estar", até porque portuguesismo é comigo..:-)))
EliminarVoltamos a "penates": para a semana, o Centro espera por nós..:-)
Com ou sem neve é de ficar! Depois, quando voltar, não vai esquecer de recordar e saborear. Faz tão bem e é realmente bom-natural!E o litoral?Viana, Esposende... :)
ResponderEliminarPassei muito bons Agostos em Esposende, e Viana não conheço mal das Festas da Sra. da Agonia (ou Ascensão?), com a pirotecnia adjacente..:-) O litoral minhoto foi-me adolescente pela criação. E é de boa memória.
EliminarBom fim-de-semana!
Que belo passeio! Gosto muito de cerejas (e nunca vi cerejeiras em flor "ao vivo") e gosto muito de Raul Brandão. Bom dia!
ResponderEliminarVale muito a pena, Margarida!,: é um esplendor de brancura fina.
EliminarBoa tarde!
Gosto de cerejeiras em flor e as cerejas do Fundão são deliciosas.
ResponderEliminarBons passeios!
Bom dia!
Também as aprecio muito, mas teremos de esperar pelas originais e co sabor autêntico..:-)
EliminarObrigado.
Boa tarde!