As notícias têm destas virtualidades benéficas. A nova sobre a reedição dos livros de F. Assis Pacheco (ver poste anterior) fez-me revisitar a obra. Aqui:
volto a pensar : que queria eu na infância
o sol ? outro nome sobre o meu tão frágil ?
amo-te mais à noite portanto
quando dobro as calças e começo
quando esse gesto útil quando
bate numas pernas e vê-se
de trinta e cinco anos
:-)
ResponderEliminarBoa tarde!..:-)
EliminarHá um tango muito conhecido de Gardel, “Volver”, onde se diz “que veinte años no es nada, qué febril la mirada”. Lembro-me de ter lido num jornal español em 1985, aquando do quinquagésimo aniversario da morte do cantor, uma reportagem intitulada “Que cincuenta años no es nada”. E já são passados mais alguns anitos…
ResponderEliminarAdoro a poesia de Assis Pacheco, e queria deixar aquí, com sua licença, um dos meus poemas preferidos.
Cumprimentos desde Espanha.
SONETO AOS FILHOS
Toda a epopeia da família cabe aqui
um avô galego chegado a Portugal rapazinho
outro de ao pé de Aveiro que se meteu
num barco para S. Tomé a fazer cacau
de filhos seus nasci
com este pouco de inútil fantasia
nutrida em solidões nas que me vejo
nu como um bacorinho na pocilga
e como ele indefeso e porém quis
mesmo assim ser mais que o animal
no tutano dos ossos pressentido
não peço nada usai o meu nome
se vos praz lembrai-me
o que for costume
mas livrai-vos do luxo e da soberba
Acolhido com gosto, obrigado!
EliminarBoa tarde.