segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Da leitura (5)


O livro, entre romance e história, já saiu há uns anos (2001), editado pela Gótica e, creio, na altura, teve boa crítica. A segunda edição foi envolta em polémica (judicial?) entre o autor e o editor. Eu comprei a edição original, em Fevereiro deste ano, num alfarrabista de Campo de Ourique, por 3 euros. E acabei de o ler, ontem, ao fim da tarde.
Dizia-me um romancista amigo, aqui há uns bons 20 anos atrás, que um livro, quando extenso (Glória tem 480 páginas), tem de ser enchumaçado com muita palha, embora também deva ter 3 ou 4 pontos altos, para empolgar o leitor.
É o caso. E os pontos altos, com benevolência, serão 3, no máximo. O primeiro, na descrição do ambiente universitário coimbrão e na atmosfera política portuguesa (não esquecer que Vasco Pulido Valente é um dos especialistas na história do século XIX, nacional). Na narração, realista, do homicídio de Claudina, pelo marido. E, finalmente, o terceiro ponto alto: a descrição do degredo de Vieira de Castro, no seu último ano de vida, em Angola. Em tempo: as trancrições, extensas, de textos de Camilo, ocupam algumas dezenas de páginas...
O livro lê-se com fluidez, porque está bem escrito. Mas é uma estopada.

2 comentários:

  1. Eu li-o quando saiu e gostei. Talvez porque me interessa a figura de Vieira de Castro.

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    1. Ainda lhe conheci descendentes, de V. de C., talvez sobrinhos netos, que o "ninho" era de Fafe...
      Quanto a mim, o livro poderia ter, bem à vontade, menos 200 páginas... Fez-me perder algum tempo, a prolixidade barroca, às vezes repetitiva de V. P. V..

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