domingo, 20 de junho de 2010

Auden, a Verdade, Cioran e o apud...



Pessoas há, na nossa vida, que contribuiram, decisivamente, para sermos o que somos. Mas houve também livros e autores que foram estruturantes e essenciais no nosso crescimento mental. Na formação de uma Ética. Além disso, existiram "causas" que nos obrigaram, ao longo do tempo, a tomar posição ou partido, sem subterfúgios ou ambiguidade, por um dos lados da barricada. Fosse ela moral ou política.
Entre muitos outros, contribuiram para a minha formação, E. M. Cioran (1911-1995), e um poeta, nascido inglês, que se naturalizou americano, W. H. Auden (1907-1973). Deste último traduzi, enquanto "free-lancer" do Prosimetron, em 1/1/2010, na minha "Escolha Pessoal XII", o poema "A História da Verdade" que termina assim, na minha versão:
"...Só que entretanto, assim como os úteis pratos de papel
A Verdade converteu-se em quilovátios,
E a última coisa a fazer foi criar um anti-modelo,
Alguma inverdade por onde alguém possa mentir,
Um nada em que ninguém precise de acreditar."
Quanto a Cioran é um "companheiro" meu, mais antigo do que Auden. As primeiras leituras que dele fiz datam de meados dos anos 60 do século passado. As suas "provocações" sempre me obrigaram a situar, salutarmente, a minha posição - e a pensar. Por isso, quando MR ou Luís Barata, no Prosimetron, colocaram postes de e sobre Cioran, e foram muitos (19/8/2008, 25/4/2009, 5/11/2009, 6/11/2009, 8/11/2009, 11/11/2009, 10/12/2009, 11/1/2010...), quase sempre os comentei, porque o pensamento deste franco-romeno (filósofo de rua, como lhe chamam) sempre foi, para mim, estimulante. No Arpose, E. M. Cioran tem sido referido com alguma regularidade (7 postes), desde 15 de Dezembro de 2009. Relembro uma das frases desse primeiro poste de Cioran:
"O rancor é da mesma essência que o arrependimento, uma vez que, tanto um como outro, são imunes ao esquecimento."


P. S. : para c. a. , "et pour cause"...

4 comentários:

  1. Bem me parecia que também havia algo seu relativo a Cioran no PROSIMETRON, mas através das «etiquetas» não encontrei. A parte melhor destes aforismos é descobrir que não são aplicáveis em todos os casos. É a parte criativa ... :-)
    Muito grato, APS.

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