sábado, 19 de junho de 2010

Na morte de Saramago : 4 notas para um balanço


A Praça do Município, em Lisboa, aquando da chegada do corpo de José Saramago, hoje, cerca das 14,30hrs., não estava sequer cheia pela metade : a) Se o PCP quisesse encher o Largo, tê-lo-ia feito sem a menor das dificuldades.
Ouvi os testemunhos, ou li as declarações de Cavaco Silva, José Socrates e Zapatero sobre o Escritor: b) Nota-se a diferença e qualidade do texto castelhano.
Lembro-me das observações e censuras da hierarquia da Igreja Católica sobre José Saramago, depois da publicação de alguns dos seus livros: c) "O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), da Igreja Católica, divulgou ontem um comunicado no qual manifesta « o seu pesar na morte de José Saramago, grande criador da língua portuguesa e expoente da nossa cultura.». "( "Público" de 19/6/2010).
Palavras para quê?, mas, mesmo assim, concluo este brevíssimo balanço: d) José Saramago era um Homem independente, pensava pela sua cabeça, não agradava aos medíocres nem aos hipócritas, não transigia e afirmava, sempre e corajosamente, as suas convicções. Não ficou a dever nada a ninguém, senão a Pilar del Rio, mas Portugal tem uma dívida grande para com ele.

2 comentários:

  1. Estou espantada com a pouca gente que está na Praça do Município, mas acredito que vai aparecer muita gente.
    Li o telegrama que Cavaco enviou à família de Saramago (fraquíssimo); li as declarações de Sócrates quando soube da morte do escritor (achei-as normais, mas acho que agiu com rapidez para trazer Saramago de volta à sua terra); e depois de ler este post fui à procura do comunicado de Zapatero (pessoa de quem gosto). Achei-o bem feito, mas achei graça à referência à Jangada de pedra. Devo dizer que não gostei deste livro de Saramago, mas para além disso, é um livro contra a adesão de Portugal à CEE, no final do qual a Península Ibérica se "parte", afasta da Europa.
    Ora aqui está um dos aspectos em que (penso que) Saramago deve ter mudado de opinião.

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  2. Até Rajoy se portou com a dignidade de um Espanhol porque, tendo tantas razões de "queixa", fez um comunicado muito honroso.
    Infelizmente, alguns homens de Boliqueime têm na alma um horizonte tão pequeno como a sua terrinha.

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