segunda-feira, 21 de junho de 2010

À memória do Bartolomeu, e em forma de fábula


O homem era um excelente canalizador. Profissional rigoroso, excessivamente imaginativo na solução de problemas, cumpridor e honesto. Provam-no, ainda, as imensas obras, perfeitas, que fez na empresa onde eu trabalhava, na altura. Os desníveis dos canos ficaram exactos, nunca houve inundações nem entupimentos. Mas um dia, em finais de Junho de 2004, quando foi aos escritórios da Empresa, para receber o pagamento de uns trabalhos, todos nós percebemos que não era o mesmo Bartolomeu de antigamente. Falava dos aviões da TAP (tinha lá trabalhado na Manutenção) que estavam "presos por cordas", dizia que Scolari era uma emanação "do demónio", tinha arranques muito agressivos na voz... Prognosticava que Santana Lopes ia ser Primeiro-Ministro de Portugal. Todos achamos que o Bartolomeu estava louco. O Europeu de 2004 tinha-lhe feito mal. E a Empresa, onde eu trabalhava, nunca mais o contratou.

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