sábado, 13 de julho de 2019

Róis


Rol, ou lista, queria eu dizer, se me referisse ao singular da palavra que serve para título deste poste. Francesismo que já Beatriz Costa usava numa canção ("... que a freguesa deu ao rol...") de um filme, Aldeia da Roupa Branca, dos anos 40 (?).
As listas servem bem os pressupostas da Silly Season, são ligeiras, permitem discordâncias, mas são também inclusivas e servem propósitos alargados de preferências. E lembram coisas e pessoas, para quem as quiser revisitar. Deparei-me com 2 róis, ultimamente.
Um do Expresso, elegendo 50 figuras influentes portuguesas, que não vou discutir. Outro rol, ou lista, saído de Le Monde, abordava 100 romances importantes do século XX. Relação que me pareceu muito mais exclusiva, parcial e ligeira. Desses, tinha eu lido apenas 16 obras.
A ausência de Camus pareceu-me uma injustiça clamorosa, sobretudo quando incluíram, no rol, Sartre (Les Mots) e, sobretudo, Françoise Sagan (Bonjour tristesse). Mas perdoei a Le Monde por ter repescado, em contrapartida, um grande romance dos anos 70 que devia estar esquecido de muita gente: Mars (1975), de Fritz Zorn (1944-1976).
Para alguma coisa havia de servir a silly season...

4 comentários:

  1. Nunca li Mars, nem conheço Fritz Zorn.
    Entretanto fui procurar. Veremos se o vou ler.
    Bom sábado!

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    1. É um livro pesado, denso e impressivo, marcante, mas de grande qualidade humana e literária.
      Bom fim-de-semana.

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  2. Este ano já me rodeei do que posso ler, mas quem sabe noutra altura de férias opte por Fritz Zorn de quem nunca ouvira falar antes. Tem razão, o mérito das listas é esse, acordam-nos para autores fora do hábito.

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    1. Não sei será fácil consegui-lo, porque não sei se foi reeditado. Mas em compensação consoladora, pode sempre reler o "Livro do Desassossego", de Pessoa, que é a única obra portuguesa que consta do rol...

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