Vai hoje a temática do poste, maioritariamente, em transcrição do livro Uma História Saborosa do Mundo (Casa das Letras, 2008), até porque, em matéria gastronómica, de Coimbra e Viseu não trouxe recordações de maior. Para lá de uma merenda ajantarada de convívio ameníssimo, em casa de um grande amigo que já não via há muito.
Actualmente, é difícil imaginarmos a preciosidade que representavam as especiarias para os nossos avoengos de quinhentos. Elas foram também, por motivos de comércio, uma das razões dos descobrimentos e fizeram algumas fortunas, sobretudo entre os nobres e alguns navegadores.
Mas o melhor será dar a palavra a Kenneth F. Kiple (1939), através de um pequeno excerto da página 134 da sua obra, acima referida.
Assim:
As cidades portuárias, como Lisboa, Londres, Dublin e Amesterdão enriqueceram com o comércio das especiarias, tal como cidades continentais como Constância, Augsburgo e Nuremberga. Todavia, as especiarias orientais, com inúmeros intermediários a subirem os preços ao longo do percurso, tornaram-se demasiado caras mesmo para os ricos. Um documento alemão de 1393 indica que meio quilo de noz-moscada valia sete vacas gordas e meio quilo de gengibre dava para comprar uma ovelha. A gente do povo, excluída do mercado das especiarias exóticas, tinha de se contentar com as plantas amargas regionais. Entre as mais adequadas, contavam-se os cominhos (Carum carvi), a genciana (género Gentiana), o zimbro (Juniperus communis) e o rábano picante (Armoracia rusticana).
com agradecimentos, dúplices, a A. de A. M. e a A. J. R. M. M.
Impressiona-me sempre verificar os preços das especiarias nestes bons velhos tempos.
ResponderEliminarBoa noite.
EliminarHei de procurar este livro, que tem um marcado giro. Obrigada pela dica.
ResponderEliminarO marcador replica, parcialmente, a capa da obra.
EliminarFoi um gosto.