segunda-feira, 29 de abril de 2019

Uma realidade melancólica



Ainda assim, prefiro a "Il Surpasso" (1962), de Risi, relembrar Jean-Louis Trintignant (1930) em "Rouge" (1994) de Kieslowski, muito embora a Natureza seja quase sempre madrasta. A decrepitude física visível, um cancro (2017), a cegueira, reduziram, de algum modo, à sombra este grande actor, que aqui vemos e ouvimos através das suas humaníssimas palavras.

6 comentários:

  1. Que posso dizer depois de ouvir esta conversa inteligente? Demonstra
    um entendimento da situação em que se encontra e um conformismo
    que eu direi essencial nesta altura final da vida. Sempre
    gostei muito dele e agora ainda mais.Boa noite.

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    1. O reconhecimento das suas fragilidades, medos, sem no entanto perder o humor, revelam um homem autêntico e o grande actor que foi. Será impossível, quase, não aderir à simpatia e admiração que Trintignant nos desperta.
      Uma boa noite, também.

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  2. Gosto bastante destas entrevistas de Laurent Delahousse, às vezes vejo na TV5 Monde e este encontro com Jean-Louis Trinttignant é comovente e doloroso, devido às marcas da passagem do tempo, porque como refere, guardamos na memória o rosto jovem de “A Ultrapassagem”, que vi recentemente na RTP Memória ou o Juiz de “Vermelho”, mas entendo quando ele diz que prefere o calor do público no Teatro à frieza da câmara de filmar, este seu espectáculo revela-se um verdadeiro balão de oxigénio.
    (Enquanto escrevia este comentário recordava-me do filme “Quem me amar irá da comboio”, em que ele surge muito pouco, mas está sempre presente).
    Obrigado por partilhar.
    Bom feriado!

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    1. Não vi o último filme que refere, de Trintignant.
      Mas o actor sempre me foi simpático, até pela sobriedade das suas representações. Às vezes, fazia-me lembrar David Mourão-Ferreira... mas desde "Rouge", de Kieslowski, que me ficou colado à figura do juiz penitente de "A Queda", de Camus.
      Numa boa entrevista, são precisos 2, como para a dança: nesta belíssima entrevista, ambos deram, sobretudo, inteligência e humanidade.
      Seria um crime, eu guardar só para mim este vídeo. Mas também sei que será visto apenas pelos "happy few" que sabem usar bem o seu tempo. Como o vídeo ultrapassa os 5 minutos, que eu considero "regimentais", as borboletas da net não terão paciência suficiente..:-)
      Retribuo os votos, cordialmente.

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  3. Admiro tanto o entrevistado quanto o entrevistador, mas não consigo ver este video. Não sou uma "borboleta nética", mas basta a imagem do actor como está para despertar memórias e marejar os olhos... o rapaz cá de casa resumiu-me o que viu.
    Vale a pena, concerteza!
    Boa tarde

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    1. Compreendo o que sente. Até porque também eu senti um abalo emotivo.
      Uma boa noite.

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