O penúltimo TLS (nº 6055) consagra a Shakespeare 11 das suas 40 páginas.
E eu fico pasmado como é que estes ingleses ainda conseguem produzir, com inovação e qualidade, novos estudos sobre o seu maior dramaturgo. E com regular frequência.
As comparações são quase sempre despropositadas, mas eu arriscaria dizer que seria o mesmo que a Colóquio-Letras ( JL e a Ler estão muito abaixo da qualidade do TLS), ciclicamente, abordasse a obra do nosso Camões, com estudos inovadores e originais. Se nos anos 50/70 tivemos uma pléiade de sérios e competentes académicos e ensaístas (Pimpão, Costa Ramalho, Aguiar e Silva, Jorge de Sena...) que estudaram Camões, hoje, os nossos professores universitários de Humanidades parece que meteram todos a viola ao saco...
Tudo isto me faz pena.
P.S: chamo a atenção para o elegante grafismo da capa deste TLS, representando Hamlet.
A capa é realmente bonita - sobre Camões, sei que uma tia minha pensou em fazer o Doutoramento sobre ele, mas desistiu. Ela tinha feito o mestrado sobre o Cesário Verde (Fátima Rodrigues & Maria Paula Morão, Cesário Verde: recepção oitocentista e poética, Lisboa: Cosmos, 1998). Bom dia!
ResponderEliminarAdmito que falar de Camões, trazendo teses inovadoras, não será fácil, pela grande bibliografia já existente, mas que andarão os nossos catedráticos de Humanidades a produzir? Não querem é ter trabalho a investigar e pensar, estudando... Deviam pôr os olhos no exemplo inglês, que cuida e actualiza do seu património nacional. Ao contrário, nós sempre fomos, quase sempre, desleixados com o nosso.
EliminarGrato pela dica sobre a tese a propósito de Cesário.
Uma boa semana.