quinta-feira, 25 de abril de 2019

Uma fotografia, de vez em quando... (124)


Todo o movimento tem ritmos. Acelerações e pausas. Os ideais também esbarram muitas vezes com prosaicas realidades não previstas, que podem vir a ser caricaturas dos sonhos iniciais ou, pelo menos, esboços inacabados do possível. Talvez, no fundo, a miragem fosse grande demais para o país e os homens excessivamente pequenos para levar a cabo a tarefa. Cansaram-se, pelo caminho...
A esta foto-metáfora, de Alfredo Cunha (1953), eu daria o título de: o repouso do guerreiro. Há 3 apelidos que gostaria de juntar: Maia, Antunes e Cardoso. O militar, o ideólogo e o político que mitificam, para mim, o 25 de Abril. Depois, há mais 6 ou 7 nomes modestos ou anónimos que nem sequer chegaram à História, mas permanecem na minha memória.
Evito a ladainha das canções que, por esta altura se repetem, numa cacofonia babélica e as palavras grandiloquentes que é habitual virem à tona, neste dia. Não há, por aqui, pessimismo, mas a realidade de um país possível, de que falava Ruy Belo (1933-1978), em livro homónimo.

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