terça-feira, 23 de abril de 2019

Variações


Há o número e a excelência, quero eu dizer, por outras palavras, a quantidade e a qualidade. Pela sua frequência se podem conhecer os perfis de quem os usa e refere, de algum modo.
Podemos ir muito ao cinema, ou raras e escolhidas vezes. Podemos ler vertiginosamente e muito, ou ler de forma pausada, pouco e com critério. Há quem coleccione países e quem os frequente e repita, apenas por afinidades de exigência. Quem fotografe com frenesi tudo e nada, outros usarão de usura elitista, necessariamente, tentando fixar melhor a sua vida. Há quem adore facilmente, quem se arrase de coisas banais, quem desrespeite as palavras de forma debochada e perdulária, mas, por outro lado, há quem as use com excessiva usura, parcimónia reflectida e respeito. Há quem queira abarcar o mundo todo, mas há igualmente quem queira, com sucinta modéstia, conhecer bem e completamente a sua pequena aldeia. Ou a si mesmo, no fundo.
É tudo uma questão de tom ou de grau - a felicidade de cada um assume formas muito diversas. 

2 comentários:

  1. Concordo. O problema está nos que querem fazer parecer que são uma coisa ou outra, parecer.

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    1. E torna-se, por vezes, difícil fugir à corrente dominante...

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