quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mercearias Finas 89


À falta de acontecimentos gastronómicos relevantes, nos últimos tempos, falemos, hoje, de um frade beneditino. Que os abades, pelo menos por cá e sobretudo os minhotos, são considerados bons garfos e costumam tratar-se bem à mesa. Mas este, que aparece no quadro, era francês, e chamava-se Dom Pérignon (1638-1715). Era beneditino e adegueiro do convento e a lenda, que o considera inventor do Champanhe, refere que era cego e que, talvez por isso, tivesse um apurado sentido de olfacto e de sabores.
O mito vai mais longe e conta que, quando por um feliz acaso, produziu e provou o primeiro trago do inicial champanhe, terá gritado para os seus irmãos de clausura, chamando-os: "Venham depressa, que eu estou a beber estrelas!" Perdoe-se a talvez inverdade dos factos, pela beleza da cena, mas as lendas são assim...
O quadro, em imagem, pertencente ao acervo da casa Moët & Chandon, produtora do célebre champanhe homónimo, foi executado pelo pintor francês José Frappa (1854-1904), e tem por título: Le célèbre Cellerier aveugle, Dom Pérignon, goûtant les raisins des vignobles de l'Abbaye d'Hautvillers. É, pelo menos, uma pintura curiosa e sugestiva.

com grato reconhecimento a A. de A. M..

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