sexta-feira, 29 de julho de 2016

Recuperado de um moleskine (23)


Há um cheiro a sabonete novo que vem no ar inesperado do crepúsculo. Que se cruza com as quatro cores do fim da tarde: o róseo tímido, o azul já desmaiado, um roxo brando e o amarelo-adeus do Sol. O cinzento não era, ainda, para ali chamado.
Foi por essa altura que notei a rola (uma das 3 residentes) pousada na antena parabólica, em frente, a preparar o voo, num nervosismo de asas. E, então, pela segunda ou (?) terceira vez, na minha vida, eu a vi subir quase na vertical, como um helicóptero. Assim mesmo.
Fica anotado o milagre ou simples fenómeno singular. Foi em Julho, o piso alcatroado tremulava. Ou mellhor, fumegava quase.

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