domingo, 10 de julho de 2016

França - Portugal


Não me é indiferente a final, em Paris, da selecção de futebol de Portugal contra a França.
Mas sei também que, seja qual for o resultado, nada se alterará na minha vida. Nem na de milhões de portugueses, cá dentro ou lá fora. Talvez apenas os portugueses, que vivem em França, ganhem alguma maior auto-estima e se sintam fortalecidos nas suas capacidades, no seu país de adopção ou necessidade.
Mas os tiranetes da CEE continuarão a incomodar-nos e a tentar humilhar-nos, fazendo chantagem psicológica, financeira e económica, como se nada se tivesse passado. E vai passar, realmente?
Acima de tudo, não sou pela emoção fácil, nem pelos triunfalismos vaporosos. Além disso, sei também que as televisões e os jornais, à falta de melhor assunto, me vão xingar o juízo, com o tema, durante dias e dias...
Por isso não estou optimista com as perspectivas.
Há que lembrar, neste caso, o poeta Alexandre O'Neill: ...Acaso o nosso destino, tac!, vai mudar?

11 comentários:

  1. No futebol patrioteiro estão a atingir-se os limites do inaceitável. Já não é apenas o folclore e o estímulo de sentimentos primários (já li nine que os franceses não se lavam e até invadiram Portugal) - agora os responsáveis assumem que os portugueses gostam é de ganhar, seja lá como, mesmo não merecendo, mesmo que tenham que fazer, no campo como na vida, coisas indignas.
    É por isso que eu sou favorável à intervenção da "CEE". Mil vezes os tiranetes que, como o nome indica, nos viriam tirar da miséria moral coletiva. Como eu sonho com um governo de Schaübles e Montis...

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  2. (Nine=hoje, pelo menos no meu teclado...)

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    1. Quanto aos tiranetes, não poderíamos estar em maior desacordo.
      Até porque os deficientes são sempre perigosos a governar: felizmente que só tivemos, breve, um D. Afonso VI...
      Quanto ao resto, vamos a par, que infelizmente estas "papas e bolos" bem antigas, e agora globais, só servem para "enganar os tolos" e narcotizar o pagode.

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  3. Portugal-França. :)
    Dá uns dias de felicidade a gente para cada a vida é bastante difícil. As estatísticas afirmam que quando a Seleção ou o Benfica ganham os portugueses andam mais felizes. Pode ser estúpido, mas é a realidade.
    De resto, concordo com o que escreve, APS, exceto no que se refere a Fernando Santos. As afirmações dele são irónicas. Vemos agora como a postura do selecionador e dos jornais franceses mudaram.
    Bom domingo!

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    1. Tenho respeito por Fernando Santos, bem como por Ronaldo - fizeram-se a pulso, são bons profissionais.
      Não suporto é a parafernália mediática, a conversa da treta dos jornalistas e comentadores, as frases bacocas e redondas.
      E não custa nada torcer por Portugal...

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    2. Não há pachorra para os intelectuais da bola. E para a quantidade de programas que sobre o tema há nos cais portuguesas de televisão.
      Bom dia!

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    3. Já começou ontem, a conversa da treta dos jornalistas e comentadores, que ainda são pagos para não acrescentar nada, para além de parvoíces e banalidades...
      Isto vai durar o tamanho da légua da Póvoa, para nossos pecados..:-(((

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  4. Cada um gosta do que gosta. Mas foi bem "pescada"
    a frase de O´Neill -Acaso o nosso destino, tac!
    vai mudar?
    Boa semana.

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    1. O'Neill tem quase sempre o verso próprio para várias situações significativas.
      Mas foi bom que tivessemos ganho. Será porventura uma vitória a Pirro, porque continuaremos com as carraças burocráticas da CEE a nos ferrarem as canelas.
      E foi sobretudo salutar e reconfortante para os emigrantes portugueses, em França, muitos deles que também triunfaram em terra estranha.
      Boa noite, Maria Franco.

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  5. O meu maior contentamento com a vitória de Portugal, prende-se com a realidade do dia seguinte, ainda bem que aconteceu, e a constatação de que nada mudou, que eventualmente alguns percebam o exagero e a desproporcionalidade do mediatismo do acontecimento, que não deixa de ser uma construção dos média, pessoalmente, possivelmente infelizmente, não consigo encontrar os níveis de loucura e felicidade e celebração, que a generalidade das pessoas encontra neste tipo de vitória e de acontecimento, deixo aqui a sugestão de conhecerem ou relembrarem a obra de um artista catalão Antoni Muntadas que trata essencialmente da, problematização das artes, da comunicação e dos dispositivos contemporâneos, a propaganda, essencialmente uma obra que denuncia ou expõe as manipulações a que somos sujeitos pelos media.

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    1. Fiquei contente com o resultado, que deve ter dado um ânimo novo, sobretudo aos nossos emigrantes em França.
      De há muito que o futebol tomou uma importância desmesurada, até porque interessa a várias corporações: a começar pelas marcas de roupas e artigos desportivos; em muitos casos, serve para branquear dinheiro; serve aos jornalistas e comentadores que normalmente não acrescentam nada. Finalmente, dá jeito aos políticos...
      Tomei boa nota do artista catalão que eu não conhecia. Obrigado.
      Votos de uma boa noite.

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