Venho ver-te passar todos os dias
vaporzinho encantado sempre longe...
Teus olhos são dois rubros capitães;
teu lábio um vermelho e breve lenço
acenando sempre um adeus de sangue!
Venho ver-te passar; até que um dia
ébria de tempo e crueldade,
vaporzinho encantado sempre longe,
a estrela da tarde há-de partir!
As enxárcias; ventos que atraiçoam;
ventos de mulher que já passou!
Os teus frios capitães hão-de dar ordens;
E quem terá partido serei eu!...
Cesar Vallejo (1892-1938).
Há muitos anos que não leio nada de Cesar Vallejo. Obrigada.
ResponderEliminarVou geminar.
Bom domingo!
Força!
EliminarA poesia de Vallejo tem quase sempre duas leituras. A segunda é, normalmente, mais arredia à interpretação...
Bom dia, também!