sexta-feira, 1 de julho de 2016

Gato por lebre


Andam por aí, na net, uns blogues de aparentes leitores fervorosos e dedicados, elogiando livros. Por vezes, até têm fotografia dos (das) testas de ferro, que fazem este serviço disfarçado, mercenário e um pouco sujo, a troco duns trocos. Ou recebendo, em paga, uns livritos de refugo, que as editoras não vendem e pensam vir a guilhotinar. Essas pessoas são apenas o braço armado, na net, de algumas editoras pouco escrupulosas. Depois, e acriticamente, essa gentinha vil faz umas observações sobre as obras, às vezes retiradas das badanas, e/ou, normalmente, de muito má qualidade crítica e literária, como as costureiras costumam fazer remendos nas meias puídas. O pior é que algumas almas simples, que também por aí andam, acreditam na bondade e pureza destas informações e lá vão comprando esses livros de refugo.
Já não nos bastavam os publicistas travestidos de escritores!...

2 comentários:

  1. Tenho para mim que os primeiros a não fazer - a não querer fazer - o seu trabalho são os editores. Neste momento encontram-se nas livrarias cerca de três dezenas de "melhor livro do século", cinquenta escritores que revolucionaram a literatura, setenta e nove Dostoiévskis de trinta anos e a vigésima sétima obra prima de Lobo Antunes. Não há leitor que resista...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Isto de algumas editoras é um mistério que me ultrapassa e, acredite, até tenho informações do interior de algumas...
      Por exemplo, como é que sobrevivem, financeiramente, a tanta pepineira que editam e não vendem? A menos que a derrocada bancária portuguesa se deva ao crédito mal parado concedido às editoras, para além daquele que foi dado aos Mosquitos e Sobrinhos...

      Eliminar