O primeiro catálogo de selos portugueses, que tive, era do ano de 1953, precisamente do centenário da criação dos primeiros selos portugueses - reinado de D. Maria II (1853). Era uma edição modesta, mas digna, a preto e branco, patrocinada pela casa filatélica Simões Ferreira (Porto), mas elaborada por coleccionadores de selos com reconhecido mérito e isenção. Os preços sempre me pareceram justos. Outros catálogos fui comprando, ao longo dos anos. Nacionais e estrangeiros (Yvert, S. Gibbons, Michel).
Fui-me apercebendo das diferenças. Nos catálogos portugueses, os selos portugueses nunca baixavam de valor, acompanhando, no mínimo, a inflação. Enquanto nos estrangeiros, os preços oscilavam consoante a procura do mercado. O exemplo mais flagrante era o dos catálogos da Stanley Gibbons. Talvez por isso, as grandes colecções de selos (clássicos) portugueses foram quase todas leiloadas na praça de Londres. Como foi o caso da notável colecção do brigadeiro Cunha Lamas. Dispersando-se assim um acervo nacional importante...
Saído já há algum tempo, comprei ontem o mais recente catálogo, da Mundifil (para 2016), herdeiro nobre na sucessão do Simões Ferreira e, depois, dos catálogos Ateneu do Porto/Afinsa, orientado, aquele, por J. Miranda da Mota, conhecido e importante filatelista português. A edição é luxuosa, a cores e papel couchet, e suficientemente especializada para um coleccionador que se preze.
Em breve comparação, pouco rigorosa, pude aperceber-me que entre 2002 e 2016, os selos portugueses tiveram um aumento de valor, nos preços, entre 25% e 30%.
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