sexta-feira, 8 de julho de 2016

No reino dos Algarves


Do Algarve, província portuguesa que não aprecio particularmente, guardo no entanto boas recordações de Lagos e de Vila Real de Santo António. Lagos não se descaracterizou demasiado e o seu "D. Sebastião", de Cutileiro, é das esculturas portuguesas que mais gosto e que nunca me canso de rever. Quanto a Vila Real de Santo António, o seu geométrico traçado pombalino ordenou-a para sempre (?) em patamares até ao rio, de uma forma estética admirável. Onde me sinto bem.
Faço por esquecer Faro e o desordenado Portimão, que me parecem um Cacém ou Reboleira, mais cosmopolita. Dizem que foram os Patos Bravos que estragaram a paisagem algarvia. Talvez.
Mas agora, segundo notícias visuais do meu amigo A. de A. M., parece que um escultor português também contribuiu com um mamarracho de pedra mármore para desfear a zona ribeirinha da Vila Real do Sul. E nada menos que o mesmo escultor do magnífico "D. Sebastião", de Lagos - pois é, o mesmo João Cutileiro (1936). Ele há horas infelizes...
Esta senhora, poetisa ao que dizem, chamava-se Lutgarda Guimarães de Caires (1873-1935) e há-de vir a assombrar (para sempre?) as margens de Vila Real de Santo António. Juntando-se ao Sá Carneiro guilhotinado do Areeiro (Lisboa) e ao Bispo do Porto, anão de pernas curtas, no Jardim da Cordoaria. Fica completo, assim, o trio de horrores da escultura portuguesa moderna...


com agradecimentos a A. de A. M..

4 comentários:

  1. Da Manta Rota tenho saudosas recordações.
    Os banhos ao fim da tarde, eram uma delícia.
    Bons tempos.
    Também concordo, no que respeita a algumas
    esculturas muito pouco agradáveis à vista,
    que mais valia não terem sido feitas.

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    1. Sem dúvida que as águas do Algarve são apetecíveis, eu destacaria Monte Gordo e a praia da Falésia, para não ser injusto...
      Quanto a esculturas, creio que estamos de acordo..:-)

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  2. Há horas infelicíssimas pois esta escultura é um verdadeiro horror. O Cutileiro não deve gostar dessa poetisa, que eu desconheço.
    Resto de bom sábado.

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    1. A poetisa, viarrealense do Sul, viveu grande parte da vida em Lisboa e casou com um cavalheiro de apelido Caires. Nunca li nada dela, mas também não tenho essa ambição...
      Quanto ao Cutileiro, "no melhor pano cai a nódoa."

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