quinta-feira, 28 de julho de 2016

Outras catedrais


Por razões pessoais, tive que me deslocar, recentemente, a duas importantes dependências diferentes de instituições bancárias, a que já não ia há muito.
Para lá da arquitectura exterior faraónica, o espaço interior era enorme, embora pontuado de pequenos cubículos envidraçados. Amplo espaço, mas quase deserto de clientes e funcionários. O que fora antes (há 30/40 anos) colmeia fervilhante de movimentos (humanos) e zumbidos, era agora um recinto quase sem vivalma, e assepticamente silencioso. Uma catedral de vazio a que só faltava o ritual de um serviço divino.
Ou, talvez melhor, um majestoso mausoléu, museologicamente limpo, donde múmias poderiam surgir a todo o momento.

2 comentários:

  1. Imaginei o cenário. Fiz um flashback e vi pessoas
    a trabalhar nas secretárias, ruído, talvez máquinas
    de escrever. Voltei ao presente. Passos a ecoar no
    vazio. Completei o pequeno filme, com a imagem deliciosa
    das múmias a surgir a qualquer momento.
    Adorei o seu texto. Vai sendo cada vez mais estranho o
    mundo em que vivemos.
    Bom fim de semana.

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    1. Isto, realmente, está a andar muito depressa..:-)
      E eu quase caminhei na ponta dos pés para não desassossegar o silêncio reinante, na altura.
      Bom fim-de-semana, também, para si!

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