quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sb., 11-12/11/1985


Sétimo dia


Deste sabor de fruta inexistente
e rosto que se perde nos instantes
que são para perder levei
comigo a noite: o marulhar
inteiro do silêncio quando
a relva cede às leves
gotas de orvalho e os animais
se calam de pacíficos e calmos.

Como se toda a criação se me acabara
e ao sétimo dia descansasse.


Alberto Soares, in Equilíbrio (pg. 35).

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