sábado, 29 de novembro de 2014

E já que falei de F. A. P., aqui vai 1 poema...


Dueto com melro


Este anda toda a manhã às pêras
com uma musiquinha no bico
e ri-se muito quando eu abro
a janela em guilhotina
do escritório

ri-se do verso lambido
diz que o troque
por mais sólidos
apetites de aldeia
                          se pêras não
que posso enfim não gostar delas

vá por amoras ao Telhadouro
vá aos pinhais por camarinhas
e para que escreve o tipo à mesa
com ar tão sério diz ele
deu-lhe agora a terçã?


Fernando Assis Pacheco, 1979.

2 comentários:

  1. Diverte-me (quase) sempre a poesia do FAP.
    Bom dia!

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    1. É, na verdade, uma poesia quase sempre bem disposta - um divertimento sério...
      Bom dia!

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