sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Bibliofilia 113


Um dos articulistas do TLS, com regularidade cíclica, propõe-se a si mesmo um desafio, de tempos a tempos: até um limite de 5 libras inglesas, e percorrendo vários alfarrabistas, encontrar um livro interessante e comprá-lo, dentro desse orçamento. Desta vez (TLS nº 5824), em Hammersmith, na Books for Amnesty, conseguiu adquirir, em segunda mão, o volume Marcel Proust: An English tribute (Chatto & Windus, 1923), de C. K. Scott Moncrieff, pelas tais 5 libras.
Nunca me abandonei a estes estados de alma, mas considero esse exercício, no mínimo, curioso. Ontem, e como faço com alguma periodicidade, visitei o meu alfarrabista de referência, na rua do Alecrim, onde ultimamente a oferta tem sido escassa. No meio das poucas coisas novas, à venda, encontrei o livro de Júlio Dantas (1876-1962), em imagem, que descreve antigos usos e costumes alfacinhas (touradas, procissões, Carnaval...). Marcado por 6 euros, venderam-mo por 5.
Como a "colheita" fora diminuta, na mesma rua, algumas portas abaixo, entrei num segundo antiquário que, recentemente, alargou de forma substancial a sua secção de livros usados. Os preços eram outros: consideravalmente mais altos. E, para minha grande surpresa, também ele tinha o "Lisboa dos nossos avós", na mesma edição de 1969, promovida pela C. M. de Lisboa, só que pedia pelo livro uns "puxados" 15 euros!...
Considerei-me um felizardo. E já comecei a ler a obra que, na sua prosa elegante, é muito instrutiva e interessante. Embora não seja rara.

9 comentários:

  1. Uma belíssima compra! Se nunca leu, vai gostar. Gosto muito deste livro de Júlio Dantas.
    Bom dia!

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    1. Não conhecia o livro e, além da leitura agradável, é muito informativo.
      Antecipadamente, um bom fim-de-semana!

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  2. Teve sorte, porque o contrário seria muito arreliador!

    Boa leitura:)

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  3. Mas olhe que 15€ ainda é um preço muito simpático (6€ é um achado). O preço médio desse livro andará entre os 20 e os 25. Não há muitos anos, quase ninguém o vendia em Lisboa por menos de 25. E mesmo hoje há quem continue a pedir 60, como poderá constatar por uma breve pesquisa na net...

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    1. Tudo depende da posição: vendedor ou comprador. E ainda do critério subjectivo de cada um e da bolsa...

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  4. Claro. Nestas coisas, "cada cabeça, sua sentença". Mas continua a parecer-me um achado os 6€. E algo quase já próximo da mais absurda especulação os 60€ (é porque há quem compre...). O equilíbrio deve andar, como anda quase sempre, algures pelo meio-termo.

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