sábado, 1 de novembro de 2014

Apontamento 58: Jardins urbanos



Nos últimos tempos, tenho acompanhado com algum interesse uma tendência na promoção de jardins urbanos que, afora a intenção imobiliária subjacente a determinadas notícias, sempre os considerei como complemento essencial da vivência citadina.

De facto, os que viveram, como eu, durante uma parte considerável da sua formação humana – a infância e a adolescência – numa casa com jardins e horta, dificilmente se libertam do apelo telúrico de meter as mãos na terra, mesma que reduzidas ao tamanho de um vaso.

Com efeito, a partir do momento em que fui obrigada a viver em apartamentos, nunca dispensei os jardins urbanos, por uma questão de vivência que dispensa modernices.

Nas varandas outrabandistas e nos terraços citadinos foram crescendo oliveiras, limoeiros, abetos, pinheiros e loureiros.



Mesmo assim, ainda se arranja espaço para ofertas generosas de pés de alfaces, tomates, e pimentos, como o “pequenitates” que surgiu já um pouco serôdio. Com os últimos dias de sol, lá se desenvolveram três pimentos, dando ares da sua graça.



Logo de manhã, gosto de olhar para as flores da imagem acima, ver o crescimento dos pimentitos, e, sobretudo, apreciar o verde que me tapa o desagradável do cimento que certas criaturas espalham à nossa volta. É uma forma de dissimular o mau gosto dos patos-bravos e reconquistar um espaço desprezado pela ignorância e o mau gosto.

 Post de HMJ, dedicado a MR

2 comentários:

  1. Por aqui só tenho pés crescidos, folhas, mas nada de pimentos. Haja esperança!... :)

    Gosto de jardins pequenos no meio da cidade, assim como gosto de ruas com árvores, embora estas tapem o sol nos andares mais baixos.

    Bom domingo!

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