quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A par e passo 113


O papel, sabemos, representa um acumulador e um condutor; ele conduz não só um homem até outro homem, mas um tempo a outro tempo, num testemunho muito variável de autenticidade e credibilidade.
Imagine-se então o papel desaparecido: notas de banco, títulos, tratados, códigos, poemas, jornais etc. Em pouco tempo toda a vida social se perderia e, desta ruina do passado, ver-se-ia emergir o futuro, oriundo do virtual e do provável, o real puro.

Paul Valéry, in Variété III (pg. 222).

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Apesar de tudo, penso que o virtual (net) será ainda mais frágil, perecível e apagável do que o papel...
      Bom dia!

      Eliminar
  2. É praticamente impossível imaginar o mundo sem papel...

    Boa tarde!

    ResponderEliminar