sábado, 10 de maio de 2014

Produtos Nacionais 16


Nesta outrora Estremadura, duma conveniente geografia administrativa centralizada, ressalta, ainda hoje, uma homogeneidade singular e característica que, como na Bairrada (sobretudo em relação aos vinhos), faz circular, apenas regionalmente, alguns produtos da terra e da zona, de muito boa qualidade. Os ventos marítimos terão porventura alguma influência na excelência dos resultados agrícolas.
Não será, por agora e ainda, de todo, o caso da batata que, na Lourinhã, e até há pouco tempo, com a produção do Montijo, mais tardia, bastava para abastecer Lisboa; e que, pela sua qualidade, era procurada, famosa e preferida. Hoje, na capital e infelizmente, vem predominando a de origem gaulesa. E a fruta, senhores, que é tão boa, por aqui, na região do Oeste?! Porque, tirando a celebrada pera rocha, autóctone, rara e pouca vai até Lisboa... Vem de Espanha a fruta, também, na sua maioria. Como os morangos e o tomate, inexplicavelmente.
Da Companhia Agrícola do Sanguinhal (Bombarral), o tinto Sanguinhal, de rótulo amarelo ou tijolo, aparecia algumas vezes em Lisboa, mas hoje é raro ver-se. Mas o Quinta das Cerejeiras, da mesma proveniência, nas suas duas versões (branco e tinto), é que não aparece de todo. No entanto, é bem frequente, em restaurantes e mercearias desta zona Oeste. E, na sua versão Colheita Seleccionada de 2008, tinto (Aragonez e Cabernet Sauvignon), é um vinho excelente.
Fica a recomendação, para quem por aqui passar, pela antiga Estremadura portuguesa. A garrafa ronda os 4 euros, e merece-os, com os seus 14º arredondados e saborosos, que podem bem acompanhar um bom queijo de ovelha, ou um assado a preceito, seja ele de cabrito ou de vitela.

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