sexta-feira, 9 de maio de 2014

Em louvor da Areia Branca


O cacimbo e a neblina, hoje, não deixam ver as Berlengas. Também o oceano forma apenas quatro linhas de espuma branca, em ondas paralelas e sucessivas, que vêm tornar-se cinzentas, na miscigenação da praia matinal e deserta.
Das terras pequenas se retém a comodidade das pequenas casas: tudo está à mão. Padaria, mercado, correio, café, jornais, é quase só atravessar a rua. Se a isto acrescentarmos, ainda, a visão do mar, a perder de vista, em amplo horizonte, perfaz-se o encanto singular.
Porque também os avios são gentis (embora nem sempre muito rápidos), quem atende, sorri, e quase agradece a visita. As gentes da terra dão o seu melhor, honrando quem entra ou fica, por alguns dias. E na papelaria, que ao mesmo tempo serve de mini-mercado, livraria e quiosque, podemos encontrar algumas coisas desaparecidas de outros lugares: livros esgotados, vinhos velhos bem amadurecidos, postais desenquadrados no tempo, artesanato original...
E, se as roupas que os habitantes usam são modernas e actuais, tudo o resto, das vivendas às placas toponímicas, tem o sabor tranquilo do princípio do mundo ou de um tempo perdido para sempre, na memória, e que volta à tona, num ressurgimento inesperado.

8 comentários:

  1. Há anos que não vou à Areia Branca.

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    1. Nesta época do ano, apesar do tempo, parece-me melhor: menos gente e a praia por nossa conta...

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  2. Quando andava no Magistério Primário, inscrevi-me para ser monitora na colónia de férias na Areia Branca (para ganhar uns dinheiritos). Infelizmente não cheguei a ir, porque nas vésperas de partir fiquei doente e fui parar ao hospital, numa "repousante" estadia de duas semanas, em que passava o tempo a dormir ( talvez devido aos medicamentos). Nunca mais me inscrevi e passei uma única vez na Areia Branca, muitos anos mais tarde. Gostei da praia que vi.

    Esta foto mostra uma praia muito agradável!

    Boas férias!

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    1. Foi pena que não pudesse ter feito a experiência porque, nessa altura, a Areia Branca teria ainda mais encanto, muito embora, hoje ainda, não esteja muito estragada pela urbanização desenfreada que varreu o litoral português. Por cá, podem ainda ver-se vivendas dos anos 20, 30 e 40 do século passado.
      Apesar de ser sempre uma zona ventosa, tem paisagens muito bonitas que compensam os dias, às vezes, frios, mesmo em Agosto.
      Obrigado!

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  3. Areia Branca salvou-se graças ao Algarve.

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  4. Nunca lá fui, mas, quem sabe, um dia... Fiquei com vontade de entrar na papelaria que descreve. Também gosto muito de comércio de bairro. Gostava de ver as vivendas que refere...Boa continuação!

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  5. Obrigado pelos seus votos.
    Se um dia cá vier, aconselho que o faça no mês de Agosto, que é menos frio, porque a zona é muito batida pelo vento. Mas o horizonte amplo de mar, com as Berlengas, vale a pena ser visto.

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