Quando
os indígenas não entendem o razoado das instruções oficiais, ultimamente apenas
acessíveis “on-line” sem contraditório, a não ser por diversas, penosas,
repetitivas e onerosas chamadas para “Linhas de Apoio” inúteis, o que será de
um pobre forasteiro deitado às feras do complicadíssimo sistema electrónico de
portagens para se movimentar no país!
Sublinho,
no entanto, que a entrada neste universo kafkiano fica reservado aos cidadãos
conscientes, preocupados com a legalidade e o dever de pagar o devido. Aos
restantes, é “fartar vilanagem” e
esperar o que acontece, depois, já longe do país que não consegue, nas coisas
mínimas, reformar o Estado, organizando as obrigações diárias de uma forma
clara, acessível e rápida.
Passo
a explicar o essencial.
Uma
viatura com matrícula estrangeira pretendia entrar no país e circular durante
um mês aproximadamente. Solicitou a minha ajuda e confesso que perdi algumas
horas para tentar perceber o “sistema” subjacente a um estrangeiro andar pelo
país de automóvel. A solução encontrada, depois de muita consulta e ponderação,
foi uma tarjeta chamada “Easytoll”. Tudo em Inglês como convém a um país
soberano !
Estava
tudo combinado quando o desgraçado visitante não conseguiu passar na máquina do
“Easytoll” ao entrar na fronteira. O “bicho” não lhe aceitou o primeiro cartão
de crédito, nem o segundo. Com a minha ajuda, lá chegou ao próximo porto de
abrigo, uma área de serviço que lhe vendeu um “Tollcard”, recarregável., que
lhe daria, como lhe disseram para chegar a Lisboa.
Ora,
consultada a página do “Tollcard” dizia que dava para circular “em auto-estradas
com portagens electrónicas”. Só hoje, e após inúmeras chamadas telefónicas,
fiquei a saber que, em Portugal, há as antigas auto-estradas e as outras e que
o tal cartão “Tollcard” só dá para as outras e não permite passar numa via de
portagem electrónica com Letra V.
Claro,
o mal não está nas capelinhas da VIA V e dos CTT que exploram os dois sistemas
e que não se querem entender para prestar um serviço eficaz ao cidadão. O
cidadão é que é burro e não percebe a diferença. Desgraçado do estrangeiro que
nem a língua do país fala.
No meio
destes negócios, VIA VERDE e CTT, quem perde é a imagem do país, incapaz, e com
conivência superior do Governo, de prestar um serviço claro e eficaz a um
visitante que pretende circular sem complicações, pagando o que deve, naquilo
que lhe pareçam auto-estradas, tanto pelo traçado como pelo aspecto.
Falta
explicar aos forasteiros o que são as “auto-estradas” antigas e as outras,
embora, de aspecto, tenham portagens electrónicas, ou seja, passa-se e
regista-se a matrícula.
Confesso
que ainda não encontrei uma forma acessível, e diplomática para o país, para
explicar a diferença entre a imagem acima – o indicativo das “outras auto-estradas”
– e a imagem seguinte, já que tanto nas imagens do “Google” apareçam, sem
distinção, as duas portagens electrónicas, como não se percebe a distinção olhando para o mapa.
Será
que o “Road for Growth.” me ajuda a explicar aos forasteiros que o país está no
melhor dos mundos ?
Post de HMJ
Mesmo para um nacional é ma trapalhada porque quando se sai das auto-estradas ainda com guichés onde se pode pagar é uma trapalhada. E lá temos de ir aos CTT. É a desburocratização?
ResponderEliminarPara um estrangeiro, é como estar no Castelo de Kafka.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarIsso do uso do inglês, ainda hoje ouvi que o Conselho de Ministros português emitiu um comunicado em inglês. «Provinciano», chamou-lhe Marques Mendes e muito bem.
ResponderEliminarComo tb é provinciano a obrigatoriedade do preenchimento dos formulários para FCT em inglês. E as Faculdades não reclamam, devem achar isso «europeu».
Para MR:
Eliminarde facto é de loucos. Quanto aos formulários da FCT, na língua do "mundo financeiro", dispenso comentários. As contradições nas perguntas, tipo "chapa zero", são de bradar aos céus.
Para a imagem do país é mais coisa menos coisa, pois ela já anda há muito pelas ruas da amargura!
ResponderEliminarSomos o país da complicação!
Um bom domingo!