A comodidade maior, ao ler um livro desinteressante, usado e que esteja sublinhado pelo anterior proprietário, é que nos permite uma selecção antológica antecipada e nos poupa a uma leitura integral da obra, se for fastidiosa. Mas a coincidência, nos destaques, nunca é perfeita. Até em livros nossos que relemos: perguntamo-nos, muitas vezes, como é que fomos sublinhar passagens que, hoje, já nada nos dizem. Porque o espírito se move interminavelmente, evolui, nem sempre em continuidade, nem no melhor sentido - convenhamos. Daí a frequente discrepância ou não concordância de gosto, em alguns livros que apreciamos imenso, na juventude, e que, agora e na maturidade, já nem paciência temos para reler.
Daí ser, talvez, um absurdo afirmarmos que, se voltássemos ao passado, repetiríamos e faríamos tudo, da mesma maneira, integralmente... Só uma absoluta falta de sentido crítico ou de maturidade justifica uma afirmação como esta, tantas vezes repetida, por muitos, que revela uma certa cegueira dogmática e teimosa na sua imobilidade racional.
Concordo consigo. Bom dia!
ResponderEliminarBom dia, Margarida!..:-)
EliminarComo é que conseguimos ler certos livros... E principalmente como conseguimos ver certos filmes.
ResponderEliminarInocência ou inexperiência explicam, decerto, muito do deslumbramento juvenil...
EliminarAh! Eu fazia muitas coisas de forma diferente. Apesar de não renegar o passado nem o presente, a minha vida alternativa dava algumas voltas e nem sei como estaria hoje. Mas, curiosamente, a maioria dos livros que li, leria outra vez. Talvez tentasse ler mais, porque agora já não há tempo...
ResponderEliminarNão sei se a minha vida seria diferente... Mas aproveitaria o voluntarismo juvenil para ler coisas que, certamente, nunca conseguirei ler: Proust, por exemplo, ou "A morte de Virgílio" de Broch que, tenho pena, de nunca ter sido capaz.
EliminarAbusei de si, no Linguado...
EliminarVamos a ver... - como diz o cego.
EliminarConcordo com tudo o que diz!
ResponderEliminarObrigado, Isabel.
EliminarBoa noite!