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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Excelências

 
Um conhecido politólogo e professor universitário do ISCTE-IUL, de 63 anos, optou pelo Hospital da Luz (Oeiras) para ser operado a um ombro. A operação, que seria banal, terá dado origem a uma infecção posterior, e André Freire acabou por ser transferido para o Hospital de S. Francisco Xavier, do SNS, onde veio a falecer.
Salvou-se assim, mais uma vez, a excelência das estatísticas de morte no privado...

sábado, 13 de julho de 2024

Usura e ganância


O Sala e o Isidro, na tv, vão fazendo pela vida render as suas debilidades auditivas, enquanto o Ruy de Carvalho, grande actor pela idade provecta, vai vendendo, por anúncio patético, a sua falta de mobilidade já crónica. Um pouco a exemplo do Biden ou do Ronaldo que ainda tentam explorar ao máximo as suas já notórias e visíveis incapacidades gerais. Devem querer mais rendas chorudas...
No restaurante, quase pleno e já ruidoso, há férias, o bem magro empregado sénior (75 anos?) poupava-se nos contactos com os clientes novos, não evitando os antigos e habituais, e discretamente ainda nos foi servindo tudo de forma atenta e profissional, muito a contento.
O linguado grelhado e os chocos com tinta estavam óptimos. As peras bêbadas e a tarte de lima, também.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Ideias fixas 69


Do alto da minha ignorância médica, eu ousaria dizer que há, pelo menos, 2 ciências ocultas na medicina, pela sua incipiência e falta de progressos práticos e até pelos nulos resultados obtidos ou conhecidos de experiências alheias. Essas áreas são: a dermatologia e as alergias.
Ambos (HMJ e eu) já fomos tratados, à primeira das especialidades, por uma jovem médica nortenha, que já não faz parte dos quadros do SNS, agora. O acompanhamento, entretanto, prescrito por ela, não deu quaisquer resultados que se vissem. E a senhora jovem e loura foi-se para o privado...
HMJ precisou de nova consulta, 3 semanas atrás. Ficaram de lhe indicar a data. Contactaram hoje para a informar que só poderiam marcar consulta para Janeiro de 2023 - assim são as delícias e prontidão da medicina privada, neste caso: CUF saúde.
Por trás de cada ataque ao SNS há, quase sempre, um vendido; um mercenário pago pelos privados ou por seguradoras gulosas (até se lhes pode ver a cara, nas televisões generalistas). Não há que ter grandes dúvidas. A Saúde pode ser para alguns um negócio chorudo. E, neste comércio, a ética não é essencial...

quinta-feira, 16 de junho de 2022

A globalização da Saúde

 


A primeira página do jornal Le Monde, de 3 de Junho de 2022, titulava assim sobre os hospitais gauleses.
As harpias portuguesas lobistas da medicina privada, capitaneadas pelo bastonário da Ordem dos Médicos, é claro que já não sabem ler francês... talvez só americano mascavado. Se soubessem, poupariam, ao menos, na histeria televisiva de criticar o SNS português, bem como a nossa ministra da Saúde.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Fragmento hospitalar


À minha frente, Orlanda S. começou a deslizar, sub-repticiamente, do assento hospitalar para o solo, sem ruído, ainda ligada à garrafa de oxigénio. O seu telemóvel foi o primeiro a bater no chão, motivando a atenção de uma e depois duas enfermeiras, magras, elegantes que, acorrendo e apesar da boa vontade, não conseguiram suster o corpanzil, enorme, da paciente até ao chão. Entretanto, José Z., gutural na fala arrastada, e na cadeira de rodas direccionada pelos pais, começou também a demonstrar alguma aflição visível. D. Eugénia M, na coxia direita do corredor central, começou a suspirar com desespero audível.
Para meu espanto e incredulidade, à porta da sala de espera, apareceram então, surreais, duas palhaças de bata azul a fazer momices e trejeitos toscos, para os pacientes. 
E José Z. , serenando, começou a bater palmas. Orlanda, depois da injeção, acalmou também um pouco, deitada no chão. Eu demorei, naturalmente, um pouco mais tempo...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Apontamento 121 : Manifesto



[Juramento de Hipócrates, para recordar]

Olhando para as manifestações dos últimos tempos, sempre me pergunto onde toda esta gentinha andou, descansada, durante o tempo de “troicas e pafunços”. Depois, fixando bem o olhar nas figuras que aparecem nos écrans televisivos, não consigo calar a minha aversão profunda à falta de dignidade de criaturas que se dizem pertencer a profissões como médicos, professores, etc. Convenhamos, o respeito profissional não é um valor adquirido, nem se reclama, resulta, antes de mais, do cumprimento do dever inerente.

Querendo manifestar-me, hoje, em plenitude pelo SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS), confesso que há muito me incomoda aquela figura que se intitula Bastonário da Ordem dos Médicos, porque, do seu juramento profissional, pouco ou nada o cidadão comum vislumbra.

Atacando, quase diariamente o SNS, sem nenhuma proposta concreta para a solução dos problemas, pergunto para onde o senhor bastonário, sendo médico, como diz, vai enviar a grande maioria dos utentes do SNS que não têm seguros de saúde, nem outros subsistemas como a ADSE ? 

Relativamente a CUF’s, Hospitais de Luzes, etc., e sem pretender questionar, publicamente, a qualidade profissional de algumas pessoas, sucede que o “povinho” anda vislumbrado e enganado com o aspecto de “centro comercial” das ditas unidades privadas, dos profissionais, mais novos, na maioria dos casos, mas  todos formados em Universidades Públicas.

Senão vejamos. O tempo de marcação, para consultas, exames, etc., depende do seguro ou subsistema. Do SNS recebo uma carta em casa com o dia aprazado. O tempo de espera, no dia da consulta, NÃO é inferior ao de qualquer consulta em Hospitais públicos.

Numa consulta na CUF, esperei mais do que o razoável. Passou-me à frente uma pessoa que veio depois, sem mais explicação. Depois de questionar o médico pela demora, senti que não gostou do reparo e o atendimento foi mais ou menos gélido. Fiquei, para uns meses, com uns  óculos, que não me têm dado nenhuma confiança, mas que terei que usar pela quantia paga pelas lentes. Dito isto, dispenso, mesmo como beneficiária da ADSE os serviços da CUF, na parte da Oftalmologia.

Outro tanto, talvez pior pelo pagamento onoroso que sobrou para o SNS, posso testemunhar no caso de umas ecografias, cujo relatório dos serviços da CUF levantou dúvidas a uma amiga médica e à nossa, competentíssima e atentíssima, médica de família da Unidade de Saúde Familiar. O encaminhamento para o Hospital de S. José, para além de consultas de especialidade, levou à repetição das ecografias no respectivo Hospital, e confirmou, depois de várias diligências e resultados, que o “textinho” inicial do senhor Dr. médico da CUF revelava algumas “fragilidades de interpretação”. Sobrou, para mim, a chatice de repetir o mesmo exame inicial, na CUF, num prazo de 6 meses, i.e., mais dinheiro em caixa para os privados. Depois, foi no SNS que me atenderam, LIVRES de enganos de contabilidade espúria, sobrando para o Orçamento do Estado os “jeitinhos” dos privados no aparente atendimento “amigo do doente” dos Hospitais Privados.

Tenho pena de o SNS não ter a capacidade para atender o maior número de exames que os privados utilizam para captar o doente, indevidamente. O tempo de espera não compensa, e os resultados não convencem, na maior parte dos casos.

Como dizia um amigo nosso noutro dia: que nos livrem da ideologia de infantilização e envergonhada compaixão para com o doente e velhinho, fazendo dele um ser amorfo e ridículo, sem dignidade própria, como anda por aí nas ruas de Lisboa: “ o pó-pó para o vô-vô”. 


PS: Por conhecimento próprio e recente, aconselho o Senhor Bastonário a ter mais tino nos seus ataques, porque o serviço medico prestado aos doentes, designadamente, na Alemanha não é melhor, nem de maior confiança,

 Post de HMJ

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Boas novas


Não é todos os dias que nos podemos congratular com boas notícias. E, desta vez, foram duas que surgiram quase em simultâneo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu oficial e garantidamente que o sarampo e a rubéola foram erradicados em Portugal. É o resultado de uma política de saúde consistente e perseverante, ao longo de várias décadas, mas também um objectivo alcançado pelos agentes, diversos, do Serviço Nacional de Saúde português.
A outra boa nova prende-se com a Cultura e o Património nacional. E interrompe dois séculos de desmazelo, ao ser anunciado o projecto de conclusão do Palácio Nacional da Ajuda que, segundo foi dito, ficará concluído em finais de 2018. O custo (15 milhões de euros) será suportado pelo Ministério da tutela e pela Câmara de Lisboa (através da taxa turística, que tanta polémica provocou, quando foi lançada...).

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A saúde das Farmácias


Longe parece ir o tempo em que as farmácias eram um negócio apetecido e os alvarás para as abrir, um documento oficial precioso. Investimento garantido, nas farmácias respirava-se segurança e prosperidade: prateleiras bem fornecidas, montras que mudavam quinzenalmente, bem decoradas, com patrocínios generosos e compensadores; farmacêuticos e farmacêuticas, e até os empregados, tudo gente feliz. Atenciosa e prestável, respirando saúde.
De há uns anos a esta parte (5? 6?), quase tudo se modificou. O Estado começou a atrasar-se excessivamente no pagamento das comparticipações, os doentes deixaram de ter dinheiro para todos os medicamentos a aviar, a freguesia dos hipocondríacos começou a diminuir, as montras mantêm-se iguais durante muito mais tempo, as prateleiras, à vista, estão meio vazias... Um ou dois, em cada três clientes, têm que voltar no dia seguinte, porque a farmácia já não tem o medicamento na loja, e tem que encomendá-lo ao laboratório.
É isto que, não sendo eu frequentador assíduo destes estabelecimentos, tenho observado. Como verifiquei que há menos empregados a atender (despedimentos), que o espaço ocupado tem vindo a ser reduzido, nalgumas lojas mais recentes, e que algumas farmácias cessaram, em definitivo a actividade. Até sei de um licenciado em Farmácia, com trinta e poucos anos, e alguns de trabalho, que está desempregado há mais de dois anos. As farmácias estão com falta de saúde...
Daí que os cartões de fidelização, como nos hipermercados, e os folhetos de publicidade nas caixas de correio (como os que encontrei hoje), que vão em imagem, não me surpreendam.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dos mirtilos ou arandos, e seus congéneres profilácticos


Dos mirtilos (ou arandos), dei por eles só no final dos anos 80, e fora de portas. Sabia que existiam no norte de Portugal, mas não tinham sequer comercialização, na altura. No entanto, a profusão dos beeren, na Alemanha, e dos bery ingleses, despertou-me a atenção, pois, por cá, este tipo de bagas só era conhecido, e por vezes apreciado, em compotas maioritariamente, e sob a forma de amoras e framboesas.
Mas os mirtilos, de há uns anos a esta parte, estão na ordem do dia; a princípio, chamaram-lhes anti-oxidantes, e logo os hipocondríacos ficaram de orelhas alerta e passaram a consumi-los. E, agora, até o British Medical Journal, citado pelo "Obs.", refere que o risco do diabetes tipo 2 diminui 26%, através do consumo de 3 porções semanais de mirtilos.
Será verdade?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Apontamentos 11: Uma Toalha à Bordalo


Recentemente, uma infeliz ocorrência de saúde, ou falta dela, ensinou-me, de novo, o valor da amizade que agradeço sensibilizada.
Um amigo trouxe-me uma mezinha, "creme de baba de caracol". Apesar de não gostar de caracóis, nem de caracoletas, rendi-me aos encantos da dita baba. 


Mensagens de cuidado, atenção e amizade eram diárias, fruto de uma dedicação extrema dos amigos. 
Por último, recebi de um familiar o que se pode chamar um "presente de consolação". Uma toalhinha de mesa, com caracóis e outros bichos, assim como legumes, que me fizeram lembrar a louça de Bordalo. 


Com agradecimento a todos, deixo um aviso aos leitores: não aceitem trocas de medicamentos "pelo princípio activo", sobretudo genéricos da marca ACTAVIS, porque me causaram provações várias que não recomendo.

Post de HMJ

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Processo (1)


Se o infeliz utente não tiver, ou tiver perdido o seu Médico de Família, o procedimento a levar a cabo, é mais ou menos este:
a) Dirige-se ao Centro de Saúde, em que se integra, e faz uma inscrição; ser-lhe-á marcada a data de uma consulta para cerca de um mês e meio depois - dando-lhe um papelinho comprovativo. Informam-no, na altura, para que no dia aprazado chegue um pouco antes das 8h00 da manhã, para efectuar uma reinscrição.
b) No dia aprazado, o utente chega 15 minutos antes, mas já há cerca de 40 companheiros, aguardando, no vestíbulo de entrada e na rua, em fila desordenada. Metade terá mais de 60 anos, mas há apenas um banco de madeira com quatro, sentados. Dois ou três folheiam o jornal que compraram, alguns contemplam os azulejos do séc. XVIII, nas paredes, que representam movimentadas cenas de caça (veados, javalis, lobos...) da época. É preciso dizer que este Centro de Saúde está instalado num velho palácio lisboeta que já conheceu melhores dias...
c) Dois minutos antes das 8h00, um Segurança fardado desce as escadas, com um rolo numerado nas mãos. Outro Segurança acompanha-o, na rectaguarda - talvez seja guarda-costas... Os utentes aproximam-se, nervosamente, como pombas a quem vai ser dado milho ou migalhas de pão. Recebem, então, os papelinhos afortunados.
d) Na posse do precioso número, o utente sobe as escadas e dirige-se para a Secretaria a fim de efectuar a nova inscrição. Mas o computador não pega e o burocrata, atrás do balcão, começa a impacientar-se, enquanto o utente espera, calado e resignado. Finalmente, cerca de 5 minutos depois, o computador começa a trabalhar e a inscrição é feita. Mais um papelinho, pedem-lhe 5,00 euros e revelam ao paciente o misterioso nome do médico que o irá atender mas...só 5 horas, depois, ou seja, às 13h00. E dizem-lhe para chegar um bocadinho antes. Vamos a ver...como diz o cego.