quinta-feira, 26 de março de 2020

Antonio Gamoneda (1931)


A que cala e despreza; a que estende
as mantas, a madeira, e os sudários
sobre a vida; a que entende o gesto
dos que existem e não falam; esta
que adverte e que segue com as suas
grandes mãos o movimento da terra e fita
o próprio rosto da luz, esta é a velha
mãe do medo, a que espera e se cala.


Antonio Gamoneda, in Pasión de la mirada.

2 comentários:

  1. Obrigada por nos dar a tradução deste poema.
    Veremos o que para aí vem.
    Boa tarde!

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    1. Tive dificuldade, inicialmente, em resolver o poema, dentro da minha cabeça. Depois, percebi, aos poucos. Era a "Parca", a imagem ausente dos versos, que faltava.
      J. Renard (na sua citação anterior) ajudou-me a entender.
      Obrigado.
      Retribuo, cordialmente.

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