quinta-feira, 23 de junho de 2016

Esboço premonitório ou projecto em jeito de fábula


Era no tempo em que tudo parecia poder vir a acontecer. E ainda não havia a CEE...
Sentado frente à janela da sala de jantar, eu via as metamorfoses vertiginosas das nuvens. Porque elas têm, em si, uma capacidade de sugestão e engano infinitos. E são como um pintor que desenha, mas nunca está satisfeito com o que faz. E vai apagando.
Devia ser Junho. Um Junho não muito definido, que ameaçasse chuva ou trovoadas. E, nessa altura, eu gostava muito de Geografia: aqueles mapas coloridos dos países, os riscos a negro dos rios, o castanho macio das montanhas. A princípio, nas nuvens em frente, começaram a aparecer-me os contornos nítidos da Grã-Bretanha; mas logo, e pouco depois, desenharam-se os limites mais pequenos da ilha de Chipre. Cinco minutos após, as nuvens eram apenas um ponto, como se fora, ao Sul de Espanha, o minúsculo protectorado de Gibraltar.
Que se desvaneceu da minha visão, como por encanto quase de imediato, e eu voltei, de novo, à realidade. E pensei que devia ter ido chover para outro lado...

2 comentários:

  1. Vamos lá a ver o que acontece hoje...
    A foto parece um quadro de Magritte. :)
    Bom dia!

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    1. De pessoal e directo, não nos vai acontecer nada, seja qual for o resultado.
      Mas fico altamente desconfiado quando constato que o grande CE (Centrão Europeu) se esgatanha para que o Reino Unido fique dentro das baias europeias...
      Já viu, MR, a quantidade de lordes e "beefes" que perdem o seu emprego de Bruxelas?
      Boa tarde!

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