Dos poetas românticos ingleses, as minhas preferências foram sempre para Blake e Keats, quase ex aequo. Aprecio alguns poemas de Coleridge, q. b.; Wordsworth vale-me apenas por um começo de poema (Five years have passed/ five summers with the length...). Mas nunca gostei da poesia de Byron.
Despertaram-se-me estas divagações, da leitura despreocupada de Prazeres, de Eduardo Barroso, livro que já aqui referi. O capítulo estimulante intitula-se O prazer da amizade. E vou citá-lo:
"Tenho portanto amigos de luxo, de primeira, e de segunda, para finalmente aparecerem os indiferentes e até os inimigos. (...) Tenho amigos meus, que por conhecerem milhares de pessoas, pensam sinceramente que têm milhares de amigos. Na amizade, como no amor, existem graus de intensidade que muitas vezes não têm só que ver com o tempo de duração desse afecto. ..."
Ora, são estas coisas simples, e claras também para mim, que se baralham de todo, em muita gente, nos nossos dias. O feicebuque, é um bom exemplo do uso abusivo da palavra amigo e da vacuidade dos like. Muitas vezes, por rasteirice mental de pensamento, por falta de discernimento de grau e ausência de sentido crítico (que sempre foi manifesta em Portugal), por ligeireza de afectos e de sensibilidade. Mas não há nada a fazer...
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