quinta-feira, 17 de março de 2016

Cá de casa, com preâmbulo faccioso e imagem apelativa


Tenho umas vagas ideias sobre o que é que origina e motiva os utilizadores do feicebuque, as redes sociais, e a sua correlativa conversa da treta, muito chã, muito ruana, curta e debruada por exóticos erros ortográficos, abreviaturas preguiçosas, e em que não se consegue distinguir se seguem ou não o A. O.. O vulgo é assim, que se há-de fazer!?... Não é Portugal, na União Europeia, o país com mais analfabetos (outra vez?)?
Sobre as visitações a blogues, os motivos serão outros e, algumas vezes, terão preocupações culturais. Mas não convém esquecer que as imagens, a actualidade dos assuntos, o bizarro, têm uma atracção grande sobre as visitas dos ingénuos e inocentes. E há blogues que são quase só imagens, talvez para apanhar mais gente. Passiva porque, em qualquer dos casos, salvo assuntos polémicos, os comentários são, habitualmente, nulos ou parcos, e residuais, se comparados com os visitantes.
Serve este preâmbulo, porventura tendencioso, mas que não se afasta muito da realidade objectiva, para abordar a lista dos postes do Arpose que, desde o início (2009), mais foram frequentados. Seguem:
1º - Mercearias Finas 28: Castas de uvas portuguesas (29/3/2011) - 1.494 visitas.
2º - Do "Bestiário" de Leonardo da Vinci (28/12/2010) - 1.293 visitantes.
3º - Ainda Julio Camba: em louvor do linguado (24/6/2010) - 1.071 frequentadores.
4º - Pinacoteca Pessoal 6: Vincent van Gogh (27/2/2011) - 913 visitas.
5º - Bibliofilia 53: Eau de Cologne (29/10/2011) - 846 visitantes.
6º - Mexidos, ou Formigos de Guimarães (24/12/2012) - 785 clicantes.
7º - O leão, a águia, o galo de Barcelos (17/3/2010) - 714 visitas.
8º - Mercearias Finas 69: globalização, cavalos e batatas (19/2/2013) - 682 frequentadores. 

6 comentários:

  1. Embora se possa dizer que a maioria dos portugueses consome, péssima musica, péssima literatura, péssima televisão, and so one, o facebook não é a causa, aliás, o face será aquilo que dele, quiserem, puderem, fazer, e não tenho fundamentos para pensar que fora de Portugal será melhor, mas não falo do que não sei, de qualquer maneira a sua lista é um indicador interessante não é de menosprezar, relativamente á sua imagem do cacho de uvas, eu bebo tantos vinhos diferentes e não memorizo os nomes e bebo muito mais brancos do que tintos, tenho aqui para experimentar um tinto da Moldávia, depois hei-de dar-lhe nota da prova, mas as melhores surpresas são dos vinhos do dão um que me lembro e que bebo com frequência é o quinta de SAES de Pinhanços, Gouveia. da região do Dão, há outro que me enche as medidas porque é um tinto com um gaseificado natural que adoro , mas não me recordo o nome.

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    1. Toca-me num ponto sensível, caro Luis M. A. Rodrigues, porque a minha região predilecta é o Dão. Conheço o Quinta de Saes e, na zona, aprecio particularmente o Vinha Paz e o Quinta das Maias, tintos e brancos. Curiosamente, com a idade, tenho vindo a preferir os vinhos brancos, que melhoraram de qualidade, substancialmente, nos últimos 10/15 anos. Embora com determinados pratos (e queijos) não dispense os tintos.
      Quanto ao feicebuque, não me leve a mal algum exagero. Mas é uma velha cruzada que eu atiço, provocatoriamente, de vez em quando. Concordo que lá fora se passa o mesmo que em Portugal. A globalização não é uma palavra vã.
      Só gostaria, em resumo, que nós, portugueses, tivessemos maior sentido crítico e, ao mesmo tempo, soubessemos apreciar melhor aquilo que, nosso, é de qualidade, quer seja em literatura, em gastronomia e em tantas outras coisas nacionais. Um pouco mais de patriotismo seria saudável e não faria mal a ninguém.
      Saudações cordiais!

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  2. Do facebuque não me posso pronunciar, mas por algumas
    coisas que ouço, parece-me ser mais uma forma de trocar
    parvoíces. Da linguagem da juventude tenho uma péssima
    opinião pois além de português mal falado, são palavrões
    constantes. Dos blogues tenho uma preferência pelos que
    me parecem abordar coisas que me interessem e que na minha
    óptica tenham qualidade. Não sou boa comentadora, muitas
    vezes por incapacidade de me exprimir correctamente.
    Nem é meu hábito escrever tão longos comentários como este.
    Gosto de alguns blogues por empatia com os assuntos abordados.
    Este é um dos casos. Agradeço a paciência para estas minhas
    divagações. E uma boa noite!

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    1. Eu creio, Maria Franco, que o que caracteriza o feicebuque é a superficialidade e quantidade das relações e contactos, na maior parte dos casos. Predomina o lado lúdico, em detrimento da espessura. Eu peço, às coisas e pessoas, um pouco mais.
      A sua visita é sempre estimada. Registo a cordialidade e gentileza das suas palavras, que muito lhe agradeço.
      Votos, também, de boa noite!

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  3. O meu marido costuma dizer que as pessoas, hoje, raramente se encontram pessoalmente; encontram-se, sim, no FB. ;-) E é pena que assim seja. Qualquer dia, deixamos de saber conversar...
    Às vezes, pergunto-me, quantas pessoas, hoje, saberão o significado da palavra "tertúlia"...
    Que é feito do velho hábito de nos encontramos no café para uma pequena "prosa"?
    Muitas vezes, oiço dizer que não há tempo para encontros pessoais, mas para passar "horas esquecidas" no FB, já há? Não digo que todos façam isso, mas compreende o que quero dizer...
    E também concordo quando refere a superficialidade da maioria que frequenta o FB. Prefiro, por isso, os blogues ( embora, também haja muita "palha" por aí). Há blogues só de fotografia que gosto muito, pela qualidade das mesmas. Outros, com temas do meu interesse, onde aprendo imenso (é o caso do Arpose).
    E o mais interessante de tudo: descobrir pessoas com interesses semelhantes.
    :-)
    Bom dia!


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    1. Se é certo que, como dizia Camus, a relação privilegiada é a dois, e, no meu entender, a presença física seja fundamental, o pressuposto é que os dois tenham alguma coisa a dizer e se conheçam a si mesmos o suficiente, para o fazer.
      E é essa substância de conhecimento e pensamento que falta na maioria dos casos, não só do feicebuque mas também nas conversas triviais do dia a dia. Ou porque entre os interlocutores não há essa exigência, nem o momento ou o tema o justifica, nem a capacidade existe. A isso chamo eu "conversa da treta", que é a predominante no feicebuque e nas redes sociais de um modo geral.
      Obrigado pelas suas palavras.
      Votos cordiais de um bom fim-de-semana!

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