sábado, 14 de abril de 2012

Divulgadores culturais


No tempo da minha juventude, eram inúmeros e de saberes variados os livros de autoria de escritores, jornalistas, autodidactas e até académicos que pretendiam tornar acessíveis, aos mais novos, temas de cultura sobre história, linguagem, ciências... Dos mais antigos, já falecidos, recordo-me de Rocha Martins, Eduardo de Noronha, Costa Brochado; dos vivos, na minha adolescência, lembro Américo Faria, Agostinho da Silva, Mário Domingues, Gentil Marques, José Pedro Machado, e sei que estou a esquecer, injustamente, muitos outros. Creio que as novas gerações desconhecem a maioria destes nomes, até porque muitas das suas obras nunca mais foram reeditadas. E compreende-se, em parte, já que as tendências culturais, agora, vão mais no sentido da especialização do que do enciclopedismo, que predominava anteriormente.
Passa, hoje, mais um aniversário do nascimento de Alberto Pimentel (1849-1925), escritor e jornalista portuense, que veio a morrer em Queluz. Era um homem de grande cultura em vários temas e a sua bibliografia é extensíssima. Abarca romances, biografias, memórias, teatro e até poesia, além de obras políticas, crónicas, livros de viagens e algumas traduções. Só sobre Camilo Castelo Branco, Alberto Pimentel escreveu cerca de 10 livros. Uma das suas obras mais interessantes, que deixou incompleta, é o "Diccionario de Invenções, Origens..." (1876) de que já aqui falei, no Blogue. Apreciador de poemas herói-cómicos, especialmente de "O Hissope" de Cruz e Silva, tem sobre este género literário um trabalho bibliográfico e descritivo incontornável e, ainda hoje, inultrapassado: "Poemas Herói-Cómicos Portugueses (Verbêtes e Apostilas)", editado pela Renascença Portuguesa, no Porto, em 1922. Aqui deixo, pois, esta breve evocação de Alberto Pimentel, um dos grandes divulgadores da cultura portuguesa. 

2 comentários:

  1. Sou uma grande leitora dos seus livros um pouco memorialistas.

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  2. Os livros dele, para mim, são sempre de leitura agradabilíssima.

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