terça-feira, 24 de abril de 2012

Liberdade


Não havia senão meia-liberdade. Era assim a concessão extrema. Meia liberdade para o homem em movimento. Meia-liberdade para o insecto que dorme e espera na crisálida. Fantasma, precisamente a lembrança, a liberdade no tumulto. A liberdade estava por cima duma massa de obediências dissimuladas e de convenções aceites sob os traços dum engôdo irrepreensível.
A liberdade pode ser encontrada no coração daquele que nunca deixou de a querer, de a sonhar, que a conseguiu contra o crime.

René Char, in Le Nu  Perdu (1964-1970).

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