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domingo, 17 de outubro de 2021

Máxima definitiva (?)

 

Realmente, viver à superfície, ou em profundidade, no remate final não fará grande diferença, no balanço.

domingo, 5 de maio de 2019

Osmose 105


Talvez porque assisti a algumas coisas grandes demais, na minha infância e juventude, ou talvez excessivamente pesadas e impressivas para a idade, embotou-se-me cedo a capacidade de admiração e deslumbramento. Fui fechando capítulos, arrumando puerilidades que outros conservam até o círculo se repetir, intenso, na senilidade final. Talvez seja um defeito humano pessoal de cepticismo ontológico, que se me acentuou com a idade, mas que me foi poupando a alguns "assassinatos por entusiasmo" (E. M. Cioran), a deslumbramentos pacóvios e a muitas desilusões que é habitual acontecerem, sobretudo na idade madura. E não me arrependo. Até porque me ficou ainda espaço para viver a alegria, mas de forma inteira, pura e essencial.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Relógios biológicos?


Sabermos, exacta e previamente, a data da nossa morte seria decerto uma tragédia prática, embora talvez pudesse ser útil para arrumarmos a nossa vida de forma conveniente. E para nos despedirmos e acertarmos contas definitivas com todos aqueles que merecessem a nossa estima e afecto. Por outro lado, essa previsão do fim iria perturbar, profundamente, a nossa forma natural de viver esses últimos dias. E introduzir um desespero e ansiedade acrescida na nossa rotina de vida.
Surpreendo-me, muitas vezes, extraordinariamente por ver a enorme herança que alguns artistas deixaram apesar da sua curta vida. Mozart, Schubert, Rimbaud, Van Gogh, são bons exemplos dessa afirmação. Portugueses, Nobre e Cesário, Soares dos Reis e Henrique Pousão, certificam de qualidade maior esse exercício notável de viver.
Como se todos eles possuíssem, íntimo, interior, um relógio biológico inconsciente que os obrigasse e apressasse a dizer ou fazer, nesses exíguos anos de vida, tudo aquilo que, de melhor, tinham para escrever, fazer ou pintar se, porventura, viessem a ter uma longa vida ou, pelo menos, de duração média e normal.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Durar

Nunca saberemos se é a última vez. Que vemos ou falamos. Que estamos à beira de um amigo, e lhe falamos; que vemos uma paisagem ou passamos num lugar. Acabam, inesperadamente, muitas coisas numa vida. Seja ela longa, embora.
Custa-me a acreditar que, para o ano, se completa meio século, sobre a primeira vez que visitei a Alemanha.
O Reno vai cheio e as árvores despidas pelo Outono. Pequenas aldeias se namoram de margem a margem - que a distancia é, às vezes, bem pequena.
Vejo Brühl, Bona, Remagen, que passam rápidas na janela do comboio que nos leva a Koblenz. Voltarei a vê-las, neste aconchego grato da memória?