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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Pinacoteca Pessoal 174

 


Tentado inicialmente pelo impressionismo e pelo expressionismo, o pintor belga Paul Delvaux (1897-1994) viria a integrar mais tarde, em definitivo, a escola do surrealismo, também partilhada pelo seu compatriota coevo René Magritte, que integrava, de algum modo, um certo tipo de humor, nas suas obras. Delvaux introduz algumas notas de subtil dramatismo, mas também mistério que me fazem lembrar alguns quadros de Giorgio Chirico.



Uma visita a Itália, em 1939, deixou marcas na sua estética e também em cenários arquitectónicos que, por vezes, surpreendemos nas suas telas. Concluímos a reprodução de pinturas de Delvaux com As fases da Lua (1942) e A Retirada (1973). Afectado por problemas de visão, o artista deixou de pintar em 1986.




quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Inventário e modelo


O prédio albergava, divididos pelas 32 fracções dos 8 andares, onze cães e nove gatos. Os pequenos felinos eram tutelados, maioritariamente, por viúvas inconsoláveis; os canídeos, por famílias com criancinhas muito sensíveis. Havia também canários pelo prédio, que não incomodavam ninguém. E peixes, em vários aquários, que não tugiam nem mugiam, por isso nem se dava por eles. O Silva do PAN considerou-o um prédio modelo, e propôs ao PR que lhe fosse concedida uma venera simbólica e benefícios fiscais aos utentes moradores.
Quando souberam disto, os pobrezinhos que brincavam na Comporta, resolveram fazer uma marcha silenciosa de protesto até S. Bento e Belém.
Compreensível, aliás!

sábado, 18 de março de 2017

Pot-pourri sobre as coisas e o seu tempo


Os autores são inevitavelmente, e como diria La Palice, do seu tempo. As suas obras marcam um gosto, uma necessidade, atavios de moda, preocupações que andam no ar. E, a maior parte das vezes, ficam marcadas, pelos tiques dessa época. Sobrevivem os clássicos, em suma, desta quantidade inúmera que se publica e vai sendo lida, descricionariamente (tijolos ou não), pelos transportes públicos, em substituição do antigo crochet, que se fazia, ou da renda (Talvez mais úteis, quem sabe?...). Isto quanto a senhoras, que alguns cavalheiros, normalmente, iam lendo o seu jornal, até chegar ao emprego.
O livro, com cuja capa (de Manuel Rosa) abri este poste, é talvez a obra de Cesariny mais próxima do temperamente lúdico dos livros de O'Neill (Mais coerentes no seu todo, é certo.), embora muito mais anos cinquenta. E, do meu ponto de vista, não é das melhores do autor-pintor surrealista. Prefiro, de longe, a sua Pena Capital (Contraponto, 1957), mais coesa e séria, tanto quanto pode ser uma obra surrealista dessa época. Às vezes, até penso, malevolamente, que Cesariny fez a opção certa. Bem vistas as coisas, a poesia não dá para viver, mas a pintura, até pela falta de sentido crítico luso, compensa, muitas vezes.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Memória (96) : António Dacosta (1914-1990)


Singular e discreta figura do surrealismo português, passa hoje o centenário do nascimento do pintor António Dacosta, nascido em Angra do Heroísmo (Açores), a 3 de Novembro de 1914. Carreira e obra significativa, separada por um fosso criativo de cerca de 30 anos, em que quase nada pintou, tendo-se dedicado apenas à crítica de arte.
Quem hoje passar pela estação de metropolitano do Cais do Sodré, poderá lembrá-lo pelos seus murais, onde coelhos apressados aparecem (I'm late), inspirados em "Alice no País das Maravilhas".


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pinacoteca Pessoal 69


Ainda parente de Júlio Verne, o que talvez revele uma imaginação de base genética, Pierre Roy (1880-1950), nascido em Nantes, não é, seguramente, um dos surrealistas mais conhecidos do grande público, apesar da grande liberdade das suas composições. Ilustrador inspirado de livros, designer antes do tempo, colaborou também em alguns dos cenários para o Ballet sueco de Rolf de Maré.
A minúcia na execução das suas obras, um surrealismo que não desdenha o trompe-l'oeil dos antigos Mestres, e, sobretudo, a associação de elementos e objectos heteróclitos nas suas pinturas, numa onírica muito livre que parece sugerir sonhos infantis, ganham nos seus trabalhos uma estranha poesia inesperada.
Reproduzem-se duas obras de Pierre Roy: "O Verão de Saint-Michel" (1932) e "Perigo nas Escadas".

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Surrealista, e esquecido - António Mª. Lx. (1928-1953)


H

Sei que dez anos nos separam de pedras
e raízes nos ouvidos

e ver-te, ó menina do quarto vermelho,
era ver a tua bondade, o teu olhar terno
de Borboleta no Infinito

e toda essa sucessão de pontos vermelhos  no espaço
em que tu eras uma estrela que caiu
e incendiou a terra

lá longe numa fonte cheia de fogos-fátuos.


António Maria Lisboa, in Ossóptico e outros poemas.

sábado, 2 de abril de 2011

Max Ernst



Max Ernst nasceu em Brühl, próximo de Colónia, a 2 de Abril de 1891. É um dos nomes mais importantes do Dadaísmo, ao lado de Hans Arp. Muito embora tenha sido também um dos pintores mais significativos do Surrealismo. As suas obras entrelaçam, sempre com um sentido estético singular, elementos de humor, estranheza, horror e de fantástico. Mas transmitem também um pendor sentimental evocativo que apela para as profundidades da alma humana. Tudo isto, aliado a uma grande coerência plástica. Max Ernst morreu em 1976.

para JAD, naturalmente.