domingo, 30 de junho de 2019

Divagações 149


Nem tudo aquilo de que gostamos congrega o consenso geral. E ainda bem, ou o mundo seria de uma monotonia infindável. Por outro lado, sendo saudável nos seres humanos, há, quase sempre, uma evolução do gosto. Que permite chegarmos a novos patamares de beleza e prazer, com a idade, embora sem descartarmos totalmente o que ficou para trás, dando-lhe apenas o seu ajustado e preciso valor. Mas também há quem fique agarrado, desesperadamente, à infância, como um paraíso perdido inviolável que se não pode perder e donde nunca se pode partir. Uma espécie de felicidade liofilizada. Em que os valores de infância correspondem, exactamente, aos mesmos interesses da maturidade. Sem o mínimo aggiornamento crítico.
É por aqui que se perde o horizonte e o pé, de forma definitiva, e se exclui da vida a palavra aventura e o crescimento mental, para sempre.

4 comentários:

  1. Ao longo dos anos vamos absorvendo de tudo o que nos rodeia aquilo que
    nos agrada e rejeitando o que para nós não faz sentido. O horizonte é
    cada vez mais estreito e limitado, mesmo fisicamente é notório.
    Eu bem imaginei um comentário melhor, mas não consegui!

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    1. Eu creio que disse o essencial.
      Se é bom trazermos coisas de longe, e amigos, sobretudo, com o tempo é natural que as novas escolhas sejam de maior exigência e mais apurado critério.

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  2. Eu acho que vamos aprendendo a escolher e valorizar o que realmente é importante, porque já não nos sobram anos para esbanjar com ninharias. Mas também é bom ter um lado infantil que nos dá asas para voar e sonhar, mesmo que sejam sonhos simples.

    Calculo, no entanto, que esse permanecer na infância, que refere no seu texto, tenha outro sentido.

    Boa noite:))

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    1. Leu bem. Quem naturalmente cresce, ganha maior exigência nas escolhas e apura o seu critério de valores.
      Bom resto de semana.

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