domingo, 30 de junho de 2019

Letras, Coimbra juvenil


Os degraus estão lá, ainda. Mostrei-os a HJM. Onde, em 1962 (Maio?), se me deu o clique mental  político que acompanhou o som do puxar da culatra  da metralhadora de um polícia de choque que, integrado no pelotão repressivo, invadiu o campus universitário, pela primeira vez, em séculos. Até aí, eram os archeiros que cumpriam essa autoridade, a contento do poder e dos estudantes. Aberto o precedente, havia de repetir-se a intrusão policial, em 1969, com mais aparato e dureza.
Agora, os archeiros e os bedéis têm novas fardas e até tive dificuldade em identificá-los, mas os murais no interior de Letras são os mesmos, marcadamente figurativos como os soviéticos da mesma época. E o meu olhar fixou-se, como antigamente, no canto inferior direito e na imagem digna do cego Homero, que não envelhecera, na sua meia idade eterna de aedo e patrono das Humanidades conimbricenses. E, nessa recordação votiva, me veio à memória a amorável imagem de Maria Helena da Rocha Pereira (1925-2017), professora que me leccionou Cultura Clássica, há quase 60 anos...

6 comentários:

  1. Maria Helena da Rocha Pereira, uma senhora que só conheço dos livros que tanto falam por ela.

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  2. Uma recordação partilhada e da qual gostei.
    Boa semana.

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  3. Que calmos foram os meus tempos de estudante!
    E hoje quase se esquece o quanto foi preciso lutar para aqui chegar!
    Boa semana

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    Respostas
    1. E felizmente que há paz e tranquilidade no Ensino.
      Muito embora eu não deixe de pensar, à distância, que, na juventude, isso também foi uma espécie de aventura..:-)
      Retribuo, cordialmente.

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