terça-feira, 30 de outubro de 2018

Confusão de sentimentos


Por entre sentimentos contraditórios, tomei conhecimento da dispersão, através de leilão, da biblioteca de François Miterrand (1916-1996), recentemente em Paris. As heranças a distribuir, neste caso particular, são o diabo!...
Eu creio que, perante situações destas, um bibliófilo honesto e autêntico, experimenta sensações adversas, no seu íntimo. Projecta o futuro dos seus livros e é atingido por uma nostalgia ontológica; depois, encara o leilão concreto, como uma janela de oportunidades, para enriquecer a sua biblioteca.
Senghor (1906-2001), com Aimé Césaire e José Craveirinha são os poetas da negritude que eu mais estimo, sobretudo, por questões de qualidade do seu ofício.

Por isso, embora vindo de uma biblioteca que se dispersou, por força do destino, eu não quis perder este livro com dedicatória do poeta e político senegalês. Que a endereçou a uma representante de uma família guineense conceituada, que ainda tinha raízes na Serra Leoa. Porque África, por metáfora excessiva, também pode ser considerada uma pequena aldeia... E, também, porque apesar da descolonização, ainda há muita coisa que vem parar à Europa. 

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