Houve tempo em que algumas editoras, tal como grande parte dos bancos, mereciam a nossa total credibilidade e confiança em matéria de honesta qualidade. A Gallimard, a Portugália, a Surkamp, a Penguin , entre tantas outras, eram à prova de bala, quanto à excelência do que publicavam, também porque tinham uma exigência ética de prestígio a honrar e perpetuar. E, nobremente, faziam gala disso.
Os tempos, no entanto, mudaram. E a Penguin, agora apenas gulosa de mercado, foi engolindo outras pequenas e ronceiras editoras, para melhor impor as suas publicações, de forma mercenária e acrítica.
Eu até sou fã e entusiasta dos romances de John Le Carré. Não de todos, evidentemente, porque, contra ventos e marés, não prescindo do meu sentido crítico nem de leituras isentas de apriorismos.
A novel Penguin, excessiva e exibicionista, comprou a publicidade das páginas 2 e 3 do último TLS (nº 6026), para propagandear bombasticamente, por palavras de Robert Harris (?) que Le Carré será "um daqueles escritores que será lido (até) daqui a um século". A editora inglesa, pelos vistos, entrou agora no rol dos adivinhadores, subscrevendo presságios, na boa companhia de Nostradamus, do Sapateiro de Trancoso, do professor Fofana e de outros bruxos. Francamente, não lhe gabo o gosto nem a vocação...
Sobre o assunto apenas tenho que dizer que Le Carré será um daqueles escritores que será lido (até) daqui a um século. Ou dois.
ResponderEliminarInfelizmente, não estaremos cá para o saber...
EliminarSe John Le Carré vai ou não sr lido, não saberei. :) Mas li três livros de Robert Harris e gostei de todos.
ResponderEliminarBom dia! Boa tarde!
As afirmações peremptórias sempre me pareceram levianas e, normalmente, pouco consistentes. E, hoje em dia, os gostos têm muito curta duração.
EliminarMas, quem sabe? Seria um sinal de bom gosto. Oxalá!
Boa tarde.